Uma família acabou saindo no prejuízo, perdendo R$ 75 mil no “golpe da barra de ouro” em Dois Irmãos. Um casal fez a família acreditar que haviam barras de ouro na propriedade deles, fazendo com que eles vendessem um carro e pedissem dinheiro emprestado para bancar a suposta mineração.
Os golpistas, um homem de 56 anos e a esposa, de 57 anos, foram indiciados por estelionato na semana passada. Os nomes não são informados por conta da Lei de Abuso de Autoridade. Porém, o casal segue em liberdade, por não haver o preenchimento dos requisitos para uma detenção preventiva, pois eles possuem residência fixa e emprego, segundo a polícia. O homem tem antecedentes por outros crimes como estelionato, estupro e roubo.
Como eles aplicaram o golpe?
O golpe começou em fevereiro, quando um homem apareceu no sítio da família, no bairro Travessão, em Dois Irmãos, e afirmou que há 13 anos o antigo proprietário do local havia enterrado ouro naquele terreno.
Com um detector de metais, o golpista encontrou duas supostas barras de ouro. O homem, então, disse às vítimas que o aparelho havia estragado e que seriam necessários R$ 600 para o conserto. A família entregou o valor. Depois disso, numa segunda escavação, foram encontradas mais três supostas barras de ouro. Em seguida, foram localizadas mais sete e, depois, cinco peças. No total, segundo as vítimas, foram “encontradas” 17 barras de ouro falsas no local. O estelionatário disse à família que o valor, com a venda do material, chegaria a R$ 10,8 milhões.
Em seguida, o homem começou a pedir mais dinheiro às vítimas, dando justificativas como a compra de equipamentos para ir a São Paulo vender o ouro e a contratação de um especialista. A família chegou a vender um carro, sacar suas economias e pedir empréstimo para entregar ao estelionatário. No total, o prejuízo alcançou R$ 75 mil. Quando o homem pediu mais R$ 40 mil para pagar taxas, a família procurou a polícia.
Os mandados foram cumpridos no início do mês passado. Na residência do homem, em Estância Velha, os policiais encontraram em cima de um guarda-roupa o que seriam barras de ouro. A Polícia Civil afirma que se trata de ferro banhado em ácido, uma espécie de tinta, que deixa o material dourado. A polícia também suspeita que, como as vítimas não estavam todos os dias no sítio, o homem tenha ido até lá e ele mesmo enterrado as barras de ouro.
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