O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante na madrugada desta segunda-feira (11) por estuprar uma mulher durante uma cesariana, na sala de parto, é investigado por mais cinco outros abusos. A afirmação é da delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti (Grande Rio), responsável pelo caso. Nesta terça-feira, 12, a Justiça do Rio manteve a prisão de Bezerra. Além disso, o profissional é réu em um processo por erro médico. O processo, ajuizado em 2019 e que tramita na 5ª Vara Cível do Rio de Janeiro, trata do caso de uma mulher que recebeu dois diagnósticos errados, um deles de Giovanni.
Segundo a delegada, são três casos ocorridos no dia 10 de julho (incluindo o da grávida, gravado pelas enfermeiras) e mais três descobertos nesta terça-feira, 12 de julho, por pessoas que foram expontaneamente até a delegacia para denunciar o médico. Além do caso registrado em gravação feita por celular, a delegada Bárbara afirmou de que há indícios de que o médico tenha cometido abusos nas duas outras operações em que ele atuou também no domingo, 10. Os três casos ocorreram no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense. "Os do dia 10, lá do hospital de São João (de Meriti) os indícios são mais fortes, porque há todo o relato da equipe de enfermagem, há o vídeo que foi gravado no mesmo dia, na terceira cirurgia. Então, em relação a esses dois fatos (adicionais), os indícios são mais fortes", sustentou a delegada.
A Justiça do Rio manteve nesta terça-feira, 12, a prisão de Bezerra. Ele será encaminhado ao presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó. O anestesista passou por audiência de custódia na tarde da terça-feira, 12, no presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, para onde foi levado ainda na segunda-feira, 11.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) também abriu um processo administrativo para expulsar o médico. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, com pena que varia de 8 a 15 anos de reclusão. O escritório de advocacia que se apresentou inicialmente para fazer a defesa do médico informou nesta terça, 12, que não irá atuar no caso. A nova defesa dele ainda não foi oficializada.