Um caso está gerando bastante polêmica na cidade de Tenente Portela, no norte do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil investiga a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Sadi Fortes por ter mordido uma das mãos de um aluno de 4 anos na última terça-feira, 21. A servidora ainda teria admitido isso em gravações de áudio encaminhadas à família.
Segundo a mãe da criança, a diretora da instituição encaminhou gravações em áudio para o celular do pai da criança, ao final do dia de aula, por volta das 17h, informando ter dado a mordida e justificando a razão de ter feito isso. “Com certeza, mãe. Eu, como diretora, não deveria ter feito o que fiz. Não mordi forte, só apertei, como quando a gente brincava, quando criança, de fazer reloginho no amiguinho que estava brincando. Só isso que eu fiz”, dizia na gravação. “Mas, infelizmente, eu tinha vontade de morder de verdade. Porque o seu filho foi muito mal criado com os coleguinhas hoje”, complementa.
“E eu gostaria de fazer mais um registro com a senhora lá na escola. Tá? Me procure em horário de expediente que a gente conversa. Porque uma criança assim é complicado trabalhar, tá? Vou te dizer, bem sinceramente”, termina a gravação.
Ainda conforme a mãe do aluno, a mordida foi forte. O menino teria dito para ela que doeu e que chorou por causa dela.
Os pais da criança decidiram transferi-la da escola depois da agressão. Inicialmente, segundo a mãe do menino, a Secretaria Municipal de Educação teria recusado fazer a mudança porque não haveria vaga. No entanto, a situação mudou quando ela reproduziu o áudio para servidores da pasta. “Ele já está em outra escola. Não havia condições de permanecer lá”, afirmou a mãe.
Prefeitura investiga o caso e afasta a servidora
A Prefeitura de Tenente Portela iniciou nesta segunda-feira, 27, o processo administrativo responsável para apurar o caso.
Uma comissão foi nomeada para conduzir os trabalhos. Paralelamente, a Polícia Civil investiga o caso. "Na tarde de hoje [segunda, 27], serão feitos os primeiros encaminhamentos. Até então não foi solicitado o afastamento da servidora, que poderá ser feito a partir de indicação da comissão", diz o secretário de Administração, Paulo Farias.
A servidora pública, que não terá a identidade divulgada porque é considerada suspeita – e não condenada – de um crime, disse ao G1 que ainda não havia tomado conhecimento do inquérito policial e que só se manifestaria a respeito do caso ao longo do processo investigativo.
As atividades na Escola Municipal de Ensino Fundamental Sadi Fortes foram mantidas normalmente, segundo o secretário. A coordenadora escolar da instituição está respondendo pela direção da escola.
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