O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi solto um dia após ter prisão preventiva decretada por suposto envolvimento em crimes de corrupção ativa, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa no âmbito do “gabinete paralelo” instalado na pasta. Ele deixou a superintendência regional da Policia Federal de São Paulo, na Lapa, por volta das 15 horas desta quinta-feira, 23.
Ribeiro foi preso em operação da PF que cumpriu 13 mandados de busca e apreensão. O mandado de prisão preventiva contra o ex-ministro foi expedido pelo juiz Renato Borelli. Ao pedir a prisão, a PF citou uma “organização criminosa” que “se infiltrou” no MEC, com objetivo de promover a própria imagem. O caso de corrupção em distribuição de emendas em troca de propinas foi revelado pelo Estadão.
O desembargador do TRF-1 Ney Bello, porém, cassou a prisão preventiva por “ausência de contemporaneidade”. O magistrado também estendeu os efeitos do despacho a outros quatro presos na operação Acesso Pago – os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, o advogado Luciano Musse e o ex-assessor da Prefeitura de Goiânia Helder Diego. O advogado do ex-ministro Milton Ribeiro, Daniel Bialski, afirmou que Ribeiro alegou ter sido usado como forma de ativismo eleitoral. “Ele falou: ‘Eu não fiz nada errado, não cometi nenhum crime, eu sou absolutamente inocente de todas as imputações. Sei que fui utilizado como forma de ativismo por causa das circunstâncias políticas e da eleição que está próxima”, afirmou Bialski sobre o ex-ministro.
A defesa de Ribeiro também defendeu que a prisão é “descabida” e que o investigado não cometeu qualquer desvio. O advogado afirmou que Milton se disse “abalado” com a prisão. O advogado do ex-ministro também afirmou que os R$ 50 mil depositados por familiares do pastor Arilton Moura, um dos envolvidos no “gabinete paralelo” na conta de Myrian Ribeiro, esposa de Milton, foram resultado de “um negócio lícito”. “(Milton) vai aclarar no inquérito essa questão relativa à compra do carro. Isso nunca lhe foi perguntado.”