Um caso de violência contra a mulher foi gravado dentro de uma repartição pública no interior de São Paulo. Um procurador-geral do município de Registro, no interior de São Paulo, foi suspenso por 30 dias após agredir uma colega procuradora na repartição onde trabalhavam na tarde desta segunda-feira, 20 de junho. A mulher foi agredida com socos na cabeça e um tapa no rosto. A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB/SP) também está apurando o caso.
O caso ocorreu na segunda-feira (20) e conta com registro em vídeo. A procuradora-geral de Registro (SP) Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, foi brutalmente agredida pelo colega de trabalho, o também procurador municipal Demétrius Oliveira de Macedo, dentro da prefeitura do Vale do Ribeira, a 190 quilômetros da capital paulista. Em imagens divulgadas nas redes sociais, Demétrius, após derrubar Gabriela, dá socos e pontapés na procuradora. O procurador também usa termos pejorativos para se referir à colega, como "vagabunda" e outros termos de baixo calão.
Segundo o depoimento, o espancamento ocorreu no ambiente de trabalho por volta das 16h50 de segunda-feira. Primeiro, ela foi atingida por uma cotovelada e, mesmo após cair no chão, foi atingida em diversas partes do corpo, principalmente na região do rosto e da cabeça. Na sequência, uma funcionária tentou conter as agressões e foi também empurrada e atingida. Outra procuradora chegou a intervir, enquanto a violência e insultos verbais seguiram, até que conseguiu resgatar Gabriela. Outros servidores teriam chegado ao local e conseguiram conter Macedo.
Em depoimento à polícia, Gabriela contou acreditar que as agressões ocorreram por ter aberto uma proposta de procedimento administrativo contra Macedo, encaminhada à Secretaria de Administração, após ser procurada por uma funcionária sobre atitudes hostis do colega no ambiente de trabalho. Na segunda-feira, horas antes do episódio de violência, uma publicação do Diário Oficial determinou a criação de uma comissão para apurar a situação.
A prefeitura divulgou uma nota de repúdio e informou que o procurador foi suspenso. Além disso, a instituição reafirmou seu compromisso com a prevenção e enfrentamento a todas as formas de violência, principalmente aquelas que vitimizam mulheres. "A Prefeitura de Registro manifesta o mais absoluto e profundo repudio aos brutais atos de violência realizados pelo Procurador Municipal contra a servidora municipal mulher que exerce a função de Procuradora-Geral do Município, fatos ocorridos na última segunda-feira (20). Que a vítima e sua família recebam toda nossa solidariedade, apoio e cada palavra de conforto e acolhimento", diz trecho da mensagem.
A OAB/SP também anunciou ter determinado a instauração de ofício de representação contra o procurador e o início dos trâmites processuais “necessários à suspensão preventiva do acusado" do exercício da advocacia. Segundo a instituição, ele será notificado a comparecer e "manifestar-se a respeito dos fatos para deliberação pela Turma do TED competente, que deverá concluir o processo disciplinar no prazo máximo de 90 dias”.