Mais um caso de angústia por atendimento assola os pacientes que precisam do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A jovem Ketlin Pacheco Borges, de 25 anos, está internada no Hospital Tacchini desde o dia 9 de maio aguardando uma transferência para o Hospital Geral, em Caxias do Sul. Desde então ela é mantida somente com medicamentos para aliviar a dor, que vai se tornando insuportável, a cada dia que passa.

Segundo Ketlin, o sofrimento iniciou já no dia 9 de maio, quando ela foi internada com fortes dores abdominais. Ela veio transferida da UPA nesta data com odiagnóstico de apendicite aguda. Foram vários diagnósticos, como cálculo renal e até gravidez, até chegarem ao problema: a existência de varizes internas na região pélvica, descobertos através de uma tomografia. Antes disso, foi dado um diagnóstico de varizes na região do útero, por meio de ressonância e ecografia. 

O marido de Ketlin também está desesperado. Segundo ele, os médicos que passam pelo leito da esposa apenas dizem que não há previsão de  transferência para ela. "Estamos desesperados, não temos mais a quem recorrer. Estou em casa com duas crianças pequenas chorando, perguntando todo o dia pela mãe delas", desabafou Cleber Borges.

Ketlin permanece deitada em uma cama há 27 dias e as dores, segundo ela, estão insuportáveis. "Os medicamentos não estão mais fazendo efeito. Alguma coisa tem que ser feita. É desumano o que estão fazendo comigo", lamentou a paciente.

A regulação das transferências para hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) é feita pelo governo do estado. Até o fechamento desta reportagem, às 12h30min desta segunda-feira, 6 de junho, Ketlin Pacheco Borges permanecia internada, sem previsão de transferência.