Quem não gostaria de viajar ao espaço, nem que fosse por alguns minutos? E ainda mais pagando apenas R$ 12 mil em vez de milhões de reais? O engenheiro Victor Hespanha conseguiu este feito e tornou-se o segundo brasileiro e primeiro civil do País a ir para o espaço neste sábado, 4 de junho, em voo da Blue Origin, empresa de turismo espacial do bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon. No Brasil, o pioneiro foi o astronauta Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência no governo federal, há 16 anos.
Com atraso de cerca de 25 minutos, o voo em um foguete New Shepard decolou no West Texas às 10h26 da manhã no horário de Brasília. Pouco depois, a separação do propulsor da cápsula ocorreu, com pico de velocidade de 3,2 mil km/h e altitude de 100 km. Por volta das 10h30, os passageiros à bordo presenciaram a sensação de gravidade por cerca de alguns minutos, como planejado, e atingiram a linha de Karman — tida por convenções internacionais como o início do espaço. Aos 5 minutos de voo, começou a descida da cápsula por meio de três paraquedas em direção à Terra, com velocidade média de 26 km/h. Às 10h36, a equipe da Blue Origin recebia de volta os recém-coroados astronautas.
Ao contrário de muitos passageiros que disputaram a compra de passagens espaciais, Hespanha não teve de pagar milhões de dólares pelo voo: o brasileiro investiu cerca de R$ 12 mil em NFTs, critptoativos colecionáveis e exclusivos, o que lhe permitiu ser sorteado para a viagem. Os ativos são da Crypto Space Agency (CSA), agência espacial criada para unir a tecnologia da indústria espacial com o poder financeiro do mercado cripto. Ou seja, uma forma de apoiar a indústria por meio de dinheiro de terceiros.
Este é o quinto voo da Blue Origin e leva outros cinco passageiros, além de Hespanha: o investidor e astronauta Evan Dick, a engenheira e ex-Nasa Katya Echazarreta, o piloto aeronáutico Hamish Harding, e os exploradores Jaison Robinson e Victor Vescovo.
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