Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo governo do Rio Grande do Sul revelou o perfil da população com transtorno do espectro autista (TEA) no estado. Das pouco mais de 4 mil pessoas ouvidas, 80% são do sexo masculino – ou seja, quatro a cada cinco pessoas.
O estudo foi promovido pela Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social (SICDHAS) e pela Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades (Faders Acessibilidade e Inclusão). Foram considerados dados de pessoas que solicitaram a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea).
A titular da SICDHAS, Marcia de la Torre, afirma que a pesquisa é a primeira do tipo no Brasil. O levantamento, segundo ela, deve contribuir para a formulação de políticas públicas destinadas a esta população. "Com os dados que hoje foram disponibilizados, nós vamos conseguir, efetivamente, fazer políticas públicas diferenciadas e adequadas a este grupo de pessoas que estão dentro do espectro autista. É um momento histórico, é a primeira pesquisa no Brasil", diz a secretária.
A Região Metropolitana é a com o maior número de pessoas com a Ciptea, pouco mais de 1,3 mil. Porto Alegre, por sua vez, é a cidade com mais registros – 741 pessoas.
Crianças de zero a 10 anos compõem a principal faixa etária de registrados com a carteira, correspondendo a 68% do total. Dos adultos, quase dois terços têm capacidade civil, ou seja, a capacidade de exercer direitos e deveres civis no dia a dia.
Do total de pessoas ouvidas, 21% têm outras deficiências além do TEA. Mais de 94% realizam atendimento clínico especializado. Um quarto têm parentes com o transtorno do espectro autista.
Na educação, a maioria dos jovens de até 18 anos frequenta a escola, com indicadores superiores a 90% entre quem tem entre seis e 18 anos. A porcentagem cai entre os adultos.
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