Após instituir o auxílio-saúde e autorizar indenizações retroativas que somam mais de R$ 367 milhões, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) deverá dar início ao pagamento de um novo bônus a juízes e desembargadores, partir de julho, alegando acúmulo de trabalho. A Gratificação por Acúmulo de Acervo foi regulamentada pelo Órgão Especial da Corte, sem passar pelo crivo da Assembleia. Na prática, a decisão será tomada sem lei e custará até R$ 33 milhões por ano aos cofres públicos.
Segundo o deputado Fábio Ostermann, a medida representa a criação de um novo penduricalho para seus membros, pois não serve para compensar eventual sobrecarga de trabalho, visto que 80% dos juízes receberão a bonificação. “Desde o início do ano venho alertado sobre o pagamento destas gratificações. Na verdade, são concessões de vantagens que configuram aumentos salariais disfarçados para uma categoria que já recebe salários de até R$ 36 mil mensais”, pontua o deputado.
Pela nova regra, magistrados que tiverem designados 1,2 mil processos terão direito a uma gratificação correspondente a um terço dos seus subsídios, podendo chegar a R$ 10 mil por mês. Em levantamento realizado pela equipe de Ostermann, a média de novos processos por magistrado foi de 1.318, em 2020. Em anos anteriores, era de cerca de 1,6 mil processos.
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