O título já não é um exagero olhando o BMW X2 por fora. Imagine ao volante, onde o carro mostra sua verdadeira qualidade. Em um mundo em que os SUVs estão se tornando cada vez mais chatos, é bom ter um representante despojado e esportivo como a nova aposta para o mercado brasileiro. Vale mencionar que, por aqui, a linha de SUVs e crossovers da BMW corresponde a 40% das vendas. O grande sucesso, como você sabe, é o X1.
Desde a primeira vez que vi o BMW X2 , ele instigou curiosidade. O visual é de um hatch anabolizado. Ouso dizer que o modelo tem mais cara de hatchback que o próprio BMW Série 1, que vem se rendendo ao design tradicionalista e conservador. É bater o olho para reconhecê-lo. Um SUV descolado para quem curte a experiência de dirigir.
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A marca nem chega a usar o termo SUV para definir o X2. Preferem “SAC”, ou Sport Activity Coupe. Exagero? Nada disso. Perceba como o modelo tem influências diretas dos antigos cupês da marca da Baviera. A queda ao fim do teto, por exemplo, foi inspirada no clássico 2000 CS. Decidiram até colocar o símbolo da BMW na coluna traseira.
A angulação da linha da área envidraçada também remete aos modelos esportivos. Ela fica elevada e estreita, conforme traça seu caminho ao fim do cupê. Faz o BMW X2 ganhar um ar de VW Scirocco, ou até mesmo Veloster. Resta qualquer dúvida sobre ele ser o SUV mais descolado de seu segmento? Os designers da marca também tomaram a liberdade de inverter a grade bipartida, deixando o X2 ainda mais distante dos outros SUVs. As cores também encantam, com um belo amarelo galvanizado que chama atenção.
Apesar dos bons materiais e do design que agrada, o interior deixa algumas poucas críticas. A começar pelo cluster simplório e antiquado. Por se tratar do BMW mais descolado da linha X, poderia ter painel 100% digital com grafismos mais interessantes. Resta apenas uma pequena tela com informações gerais entre os dois mostradores. Eles são físicos, adornados por uma superfície cromada. Os ponteiros e números, entretanto, são digitais. Outra crítica fica por conta da ausência de uma entrada USB para os ocupantes do banco traseiro.
O acabamento é de altíssima qualidade, com revestimento macio cobrindo toda a superfície do painel e das portas. Há um detalhe texturizado cortando o painel, lembrando tecido brilhante na cor cinza. O volante de três raios é revestido de couro, e apesar de ser enorme, não atrapalha na hora do X2 revelar sua verdadeira característica.
Um SUV esportivo de verdade
O motor BMW 2.0, de quatro cilindros, movido a gasolina, desenvolve 192 cv de potência e 28,5 kgfm de torque a 1.350 rpm. Com esses números, dizer que o X2 não dá muita bola para o que está carregando soa quase como pleonasmo. De acordo com a marca, o conjunto permite que ele atinja 100 km/h em 7,7 segundos. É uma delícia de dirigir, ainda mais com a posição de guitar única que só os BMW esportivos têm. Os belos bancos de couro premium abraçam o motorista, e contam até com regulagem elétrica das abas laterais.
Tudo para segurar o corpo enquanto você estiver com o pé embaixo em uma curva desafiadora. O X2 parece ser um daqueles carros que têm mais chão que motor, graças ao arranjo McPherson na dianteira e multibraço na traseira. A suspensão mais baixa, entretanto, não chega a ser dura como na maioria dos modelos com proposta esportiva. O conforto na cidade está garantido, enfrentando com louvor as esburacadas ruas brasileiras.
Taca-lhe o pé
Este SUV (ou SAC, como queira chamar) está mais para o Série 1 que X1. Comprovamos isso nas curvas, com toda a segurança de uma direção eletrohidráulica, bem direta. Os trechos de serra nunca foram tão divertidos. O X2 também conta com algumas "babás eletrônicas" que tornam a experiência ainda mais segura. Alerta de saída de faixa, de obstáculos e sistema de frenagem automática são alguns exemplos.
Tratando-se de um carro pensado para o público jovem (de idade e de espírito, de acordo com a BMW), uma boa central multimídia não poderia ficar de fora. São 8,8 polegadas, com alguns dos comandos mais intuitivos entre os carros do segmento. Há o tradicional comando giratório no console central, bem como os controles do volante multifuncional. A resolução surpreende, com animações bem feitas e uma interface futurista.
O X2 também exerce muito bem sua função de carro familiar para um pai despojado. O banco traseiro leva dois adultos e uma criança com conforto. Um adulto não conseguiria ficar confortável no assento do meio do banco traseiro, pela altura do túnel central, mas há espaço de sobra para as pernas na extremidade. Com 470 litros de capacidade no porta-malas, você não terá dificuldade de levar a bagagem de toda a família.
Logo, estamos falando de um SUV com design e comportamento esportivo que não abandona suas características urbanas e utilitárias. A BMW realmente encontrou o melhor dos dois mundos no BMW X2. Se você estava achando que os SUVs premium na faixa dos R$ 200 mil não tinham muita graça, o BMW muda isso. O X2 parte de R$ 211.950 e pode chegar aos R$ 246.950 na versão que testamos.
Ficha técnica
Motor: 2.0, turbo, gasolina
Potência: 228 cv a 5.000 rpm
Torque: 35,7 kgfm entre 1.250 e 4.500 rpm
Câmbio: Automático de 8 marchas, tração integral
Direção: Elétrica
Suspensão: Indep. McPherson (dianteira) multibraço (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira)
Pneus: 225/45 R19
Dimensões: 4,37 m (comprimento),1,82 m (largura), 1,52 m (altura), 2,67 m (entre-eixos)
Tanque: 61 litros
Porta-malas: 470 litros
Peso: 1.661 kg
Mín. 14° Máx. 25°