Ação conjunta de lideranças garantiu a construção do novo presídio

Em mais uma demonstração do associativismo que tem colocado Bento Gonçalves na vanguarda gaúcha em assuntos ligados à segurança pública, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG) e uma série de entidades parceiras comemoraram mais uma etapa rumo à construção do Presidio Estadual no município.

O governador José Ivo Sartori assinou o contrato de permuta de área construída do Estado para a construção da Penitenciária Masculina, na Linha Palmeiro. A assinatura do documento ocorreu na tarde da segunda-feira, 9, no Palácio Piratini. O novo presídio terá 420 vagas e as obras começam nos próximos dias, com previsão de conclusão para dezembro – mas o prazo oficial para a Verdi Sistemas Construtivos Ltda, que construirá o presídio, é de 9 meses.

No total, serão investidos R$ 30.892.312,74 na obra que ocupará uma área de mais de 5,6 mil metros quadrados, na Estrada do Barracão, um terreno dado pela prefeitura ao Estado. A área permutada, incluída no Programa de Gestão e Aproveitamento de Imóveis da Secretaria da Modernização Administrativa e Recursos Humanos (Smarh), é de propriedade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer/RS), na Rua Eugênio Valduga, 103, no bairro São Francisco. O imóvel, permutado à Verdi, é de R$ 19,1 milhões. A diferença (R$ 11.792.312,74) será paga com recursos provenientes do Fundo Estadual de Gestão Patrimonial (Fegep).

A atuação integrada – tão bem conhecida pelos bento-gonçalvenses através do Consepro, que tem liderado constantes doações da comunidade para melhorar a atuação dos órgãos de segurança – que envolveu as secretarias da Segurança Pública, dos Transportes e de Obras Saneamento e Habitação foi celebrada pelo governador. "Atuando de forma integrada, com criatividade e inovação, é possível consolidar muitos avanços, como este contrato de permuta que estamos firmando hoje", afirmou Sartori.

O prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, ressaltou o compromisso de união das entidades da cidade e os esforços do governo para a proposta avançar. “Buscamos aglutinar forças vivas com o objetivo de fazer acontecer. Este é um momento de enaltecer o mérito da coragem, do reler as normas administrativas e fazer novos entendimentos frente aos desafios modernos”. O atual presídio tem capacidade para 98 presos, mas comporta, atualmente, 300.

AVALIAÇÃO DAS LIDERANÇAS

Elton Gialdi, presidente do CIC

“Esse foi mais um passado firmado em uma caminhada longa que já temos feito, uma conquista de extrema importância não só pra Bento Gonçalves mas para toda região, fruto de muita luta do poder público bem como de diversas entidades que buscaram, com dedicação a realização deste projeto que há muito tempo desejamos. Assinala, também, o momento em que se fortalece uma nova visão de união das lideranças, trabalhando juntos para um mesmo objetivo e conseguindo viabilizar resultados concretos”.

 Laércio Pompermayer, presidente do Consepro

“O Consepro vem, há décadas, trabalhando pela consecução de medidas que resultem em mais segurança para a comunidade – motivo pelo qual vem reivindicando a construção do Presídio Estadual e concorda com a atual proposição. A retirada do presídio do centro da cidade se faz necessária pela proximidade do ponto com escolas, creches, hospitais – sendo um risco permanente para a população. Outro ganho será a capacidade ampliada para manter 400 detentos, sem depender de outros presídios para acomodar os apenados locais. Com isso, o trabalho das forças policiais ganha reforço, permitindo que os detentos sejam, realmente, mantidos em cumprimento de suas sentenças”

Daniel Amadio, presidente do Sindilojas

“O erário público é um assunto complexo, pois envolve se desfazer de um patrimônio que às vezes está emperrado pela própria legislação. Neste momento, quebrou-se um paradigma com a boa-vontade de todos os poderes, tanto estadual quanto municipal. O presídio no centro de Bento não tem mais condições, é uma bomba-relógio. Demonstramos que quando uma comunidade quer algo ela ultrapassa todos os problemas e acaba conquistando”.

Álvaro Becker, delegado titular da 2ª DP

“Hoje temos muito o ‘prende e solta’ porque falta um local para que os indivíduos cumpram suas penas. A construção do novo presídio vai ser uma nova visão para o Poder Judiciário em manter estes indivíduos. O presídio vai ampliar a segurança de Bento Gonçalves”.

Volnei Zago, diretor do Presídio Estadual de Bento Gonçalves

“É importante sair do centro pois também resolve o problema de superlotação e também resolve um problema de estrutura, pois foi construído em 1956 e já oferece grande problema de estrutura. Além de maior espaço para os apenados, com uma estrutura diferente, podemos pensar em retomar alguns PAC (Protocolo de Ação Conjunta) internos que por falta de estrutura e espaço físico foi cancelado”.

Guilherme Pasin, prefeito de Bento Gonçalves

“Em primeiro lugar, essa notícia significa o afastamento da casa prisional do centro de nossa cidade e a possibilidade iminente de uma rebelião, uma fuga, e de colocar em risco toda a comunidade da área central da cidade. Por outro lado, temos mais de 270 presos alocados num presídio com capacidade para menos de 100, portanto, de forma nada digna e uma iminência de risco. Com o novo presídio, vamos fazer a ressocialização e segregaremos aqueles que não conseguem viver em sociedade daqueles que querem se desenvolver em vida cotidiana. Queremos agradecer todas as forças vivas da nossa cidade, representadas pelo CIC por esse apoio a essa que não é uma causa de governo, é uma causa de Estado, não é uma causa de gestão, mas uma causa de comunidade”.