O ex-presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, está oficialmente de volta à política. Na tarde deste sábado, 7 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, foi lançada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) a sua candidatura a presidente nas eleições gerais deste ano. Lula terá Geraldo Alckmin como vice-presidente.
O lançamento teve momentos de piadas, exaltação à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a presença de ex-participantes do programa Big Brother Brasil, da TV Globo. Em seu discurso, Lula fez acenos a forças políticas de centro e fez críticas ao governo Jair Bolsonaro, sem citar o atual presidente. Ao destoar das falas de improviso, Lula leu seu discurso, em tom moderado, após uma série de declarações recentes com repercussões negativas.
Nos bastidores do ato, aliados do ex-presidente admitiram que a aliança atual é considerada insuficiente e há a necessidade de se aglutinar mais forças políticas ao centro para se formar, de fato, uma frente ampla. Segundo eles, o evento está longe de ter significância em termos de apoios. “Mais do que um ato político, essa é uma conclamação. Aos homens e às mulheres de todas as gerações, todas as classes, religiões, raças e regiões do País. Para reconquistar a democracia e recuperar a soberania”, afirmou o petista, ao acenar para o centro, ainda em busca de uma frente ampla.
Ao longo de cerca de 45 minutos, Lula fez críticas ao atual custo de vida do brasileiro, lembrou de programas de seu governo (2003-2010) e tratou de riscos do que chamou de “ameaças totalitárias”. “O grave momento que o País atravessa, um dos mais graves da nossa história, nos obriga a superar eventuais divergências para construirmos juntos uma via alternativa à incompetência e ao autoritarismo que nos governam”, afirmou. “Queremos unir os democratas de todas as origens e matizes. Para enfrentar a ameaça totalitária, o ódio, a violência, a discriminação, a exclusão. Queremos construir um movimento cada vez mais amplo”, disse o ex-presidente.
Lula com chuchu como prato principal
Em uma entrada por vídeo, em razão do diagnóstico de covid, Geraldo Alckmin sugeriu que o prato de “lula com chuchu” se tornará um “hit” na culinária brasileira. “Presidente Lula, mesmo que muitos discordem da sua opinião de que lula é um prato que cai bem com chuchu, o que eu acredito vem ainda se tornar um hit da nossa culinária, quero lhe dizer perante toda a sociedade brasileira: muito obrigado”, disse Alckmin, em referência ao apelido que por muitos anos rejeitou de “picolé de chuchu”.
Lula entrou na piada e disse que “lula e chuchu se tornará o prato da moda no Palácio do Planalto” a partir do ano que vem. O ex-presidente também disse a Bela Gil, presente ao evento, que ela poderia incluir a combinação em seu restaurante, que fica na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. Apenas Lula e Alckmin discursaram.