O Conselho Tutelar de Bento Gonçalves divulgou nesta semana os números dos atendimentos realizados pelo órgão entre maio de 2021 e maio de 2022, no primeiro ano de uso do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia). Ao longo deste período, foram contabilizados 1.265 atendimentos e o recebimento de 1.123 denúncias.
Além disso, 1.335 pais ou responsáveis foram cadastrados na ferramenta, bem como 1.843 crianças e adolescentes com direitos ameaçados e ou violados pelos familiares ou pelo governo (Federal, Estadual ou Municipal). Ainda, através de ofícios, o Conselho requisitou 2.182 serviços públicos, principalmente nas áreas da Assistência Social, Educação e Saúde.
Entre os dados apresentados, chamam atenção os casos de violência física, sexual e psicológica, que, juntos, totalizam 625 ocorrências. No caso da violência sexual, predominam os crimes dentro do próprio lar, com 94% das vítimas sendo do sexo feminino. Entre os violadores, os que mais aparecem são padrastos (25), pais (23) e responsáveis (10), mas os abusos também são praticados por tios, mães, avós e irmãos.
Mas outros fatores também se mostram bastante relevantes nos atendimentos prestados pelos conselheiros, como as carências registradas em Educação, Cultura, Esporte e Lazer. Nesse sentido, destacam-se negativamente a inexistência de Ensino Fundamental ou dificuldade no acesso (191); a ausência de Ensino Infantil ou impedimento de acesso (115); e a inexistência de Ensino Médio ou dificuldade no acesso (19). Ou seja, o Estado (tanta na esfera municipal como na estadual ou federal) não está cumprindo com algumas de suas obrigações básicas com esta parcela da população.
De uma forma geral, os bairros com mais violações de direitos de crianças e adolescentes são o São Roque (237), Vila Nova II (170), Ouro Verde (146), Borgo (144), Conceição (134) e Aparecida (132).