A tragédia familiar ocorrida na manhã desta quarta-feira, 27 de abril, em Porto Alegre, acabou destruindo duas famílias. Morreram, pai, mãe e filho, além das duas avós do menino de 14 anos. As circunstâncias e a motivação das mortes e do suicídio ainda são desconhecidas.
O autor das mortes foi identificado como sendo Octávio Driemeyer Júnior, de 44 anos. Ele utilizou uma espingarda e matou a esposa Lisandra Lazaretti Driemeyer, de 45 anos, o filho Enzo Lazaretti Driemeyer, de 14, sua mãe, Delci Driemeyer, de 79, e a mãe de Lisandra, que era a sogra dele, Geraldina Lazaretti, de 81 anos. Após cometer todos estes crimes, Octávio cometeu suicídio.
A família vinha de uma semana difícil, devido à morte do pai de Lizandra no sábado, 23 de abril. Sua última postagem em sua rede social no Facebook foi o convite para a missa de sétimo dia dele, que ocorre no dia 30 de abril.
De acordo com o delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, titular da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ficará responsável pela investigação do caso, afirma que as mortes foram realizadas em sequência. "Ele adotou aquela dinâmica de primeiro atirar na esposa, depois na mãe e na sogra, depois no filho e, no quarto do filho, cometeu suicídio", afirmou o delegado.
Apenas uma pessoa escapou com vida
De acordo com o delegado, havia uma sexta pessoa na residência, no primeiro andar, que não ficou ferida. Ela seria familiar de uma das vítimas e também moradora da casa. "Essa senhora que sobreviveu morava com a família, mas não dá para dizer se ela trabalhava para a família. Já morava com eles há muitos anos. Ela é parente de uma das vítimas", afirmou Pohlmann.
O delegado revelou que foi esta mulher que encontrou os corpos das vítimas e de Octávio. Havia duas espingardas na residência, uma delas localizada embaixo do corpo do homem que efetuou os tiros. "Essa mulher que morava com a família ouviu o som dos disparos. Ela contou aos policiais que foi verificar o que havia acontecido e encontrou os corpos", resumiu.
O delegado afirma ainda que não havia registro de violência doméstica envolvendo o homem. A Brigada Militar afirma que Octávio era empresário e tinha duas empresas, em Canoas e Porto Alegre, uma do ramo de alimentos e uma ferragem.
Autor das mortes pode ter dopado familiares
De acordo com a Polícia Civil, o depoimento da mulher que estava na residência no momento do crime indica que o homem pode ter dopado os familiares na noite anterior para cometer o crime. "Ele teria oferecido esse medicamento a essa única pessoa que sobreviveu. Ela afirma que, na hora, a conduta não chamou atenção, que era normal ele dar remédio a familiares, especialmente agora na pandemia. Ela não viu como algo estranho e acabou tomando. Apesar de ter ingerido o remédio, não teve o efeito desejado pelo homem, aparentemente, porque ela acordou com o barulho. Possivelmente, ele teria dado esse medicamento também aos demais familiares, para que dormissem", revelou o delegado.