Uma lista, no mínimo intrigante, vem agitando os moradores do pequeno município de Candelária, no Vale do Rio Pardo, Região Central do Estado. As mensagens, compartilhadas via redes sociais, descrevem os mais "chatos", "velhacos", "cornos", além de menções ao consumo de drogas e à sexualidade. A listagem viralizou em vários grupos de Whatsapp e também no Facebook e Instagram. A divulgação virou caso de polícia.
A investigação está a cargo da delegada Alessandra Xavier de Siqueira, titular da Delegacia de Polícia de Candelária. Segundo a delegada, um morador registrou ocorrência policial e relatou episódios de bullying contra a filha na escola. Inicialmente, o pai tinha levado o fato de o nome dele ter aparecido na lista como uma brincadeira, mas a zombaria sofrida pela filha acabou fazendo com que ele mudasse de ideia e registrasse um boletim de ocorrência. Outras pessoas entraram em contato com a polícia, mas evitaram formalizar a denúncia em razão do constrangimento.
A primeira das listas, a dos "chatos", começou a rodar em grupos em apps há duas semanas, ainda com um tom mais de brincadeira. Rapidamente, porém, listagens relacionando moradores com adultério, uso de drogas ilícitas, entre outras questões, também começaram a surgir. A Polícia Civil afirma ter como descobrir quem compartilhou cada lista. Contudo, a origem das mensagens depende de decisão judicial contra os responsáveis pelo aplicativo. Os próximos passos da investigação são ouvir pessoas que divulgaram a lista e, se for identificada, quem as criou.
Os responsáveis pela divulgação da lista podem ser incriminados pelo crime de difamação, tipificado pelo artigo 139 do Código Penal. De acordo com a legislação, incorre em crime quando se imputa fato ofensivo à reputação de alguém. A pena prevista varia de três meses a um ano de prisão e multa. Além da difamação, o Código Penal prevê os crimes de calúnia, quando se imputa falsamente um crime a alguém, ou injúria, quando a menção ataca a honra subjetiva de alguém.