Segurança Deu ruim
Quadrilha que vendia carros com preço até 30% mais baixo é desarticulada pela Polícia Civil
Grupo criminoso faturava até R$ 500 mil por mês vendendo carros roubados pela internet. Cuidado ao "aproveitar" essas vantagens
13/04/2022 08h37
Por: Marcelo Dargelio
São 80 policiais participando da ação, que conta com o apoio de um helicóptero - Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil desarticulou na manhã desta quarta-feira, 13 de abril, uma quadrilha que vendia carros pela internet com preço até 30% abaixo do mercado. A alegação para ter sucesso nas vends era de pressa no negócio, porque o dinheiro seria usado para saldar uma dívida urgente. O grupo criminoso faturava até R$ 500 mil por mês na ação.

Conforme a Polícia Civil, uma quadrilha da Região Metropolitana de Porto Alegre, revendia uma média de oito carros clonados por mês. Além da falsificação de documentos, o grupo adquiriu um mercado como forma de lavar o dinheiro. Na manhã desta quarta-feira (13), 10 suspeitos de envolvimento com o esquema são alvo de uma operação policial em Alvorada, Viamão e na Capital. É a chamada Operação Automarket, realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas.

São cumpridos 12 mandados de busca e um de prisão temporária. De acordo com o delegado Thiago Lacerda, que investiga a quadrilha há um ano e 10 meses, foram identificados 10 suspeitos, mas a Justiça autorizou apenas a prisão do homem apontado como líder dos golpistas, na zona norte da Capital. São 80 policiais participando da ação, que conta com o apoio de um helicóptero.

Segundo Lacerda, tudo começou em 2020, quando uma vítima em Canoas denunciou a compra de um carro clonado e, logo depois, houve a prisão de uma mulher que tentava autenticar documentos falsos em cartório. A Draco passou a investigar o caso e descobriu que os suspeitos, que foram sendo identificados ao longo da apuração, adquiriram carros roubados na Região Metropolitana e que eram clonados.

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A quadrilha comprava de outra, responsável apenas por roubos e adulterações de automóveis. Após isso, os investigados falsificavam documentos e anunciavam os veículos em sites de venda pela internet por preços até 30% abaixo do mercado. Consta no inquérito policial que os estelionatários movimentaram pelo menos R$ 500 mil ao longo da investigação, mas o delegado acredita que, com as apreensões e a quebra de sigilo bancário realizadas nesta quarta-feira, o valor total supere a casa de R$ 1 milhão.

Em média, eram revendidos por mês na internet oito carros roubados, e já foram identificadas 20 vítimas. Elas são de várias partes do Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados porque a investigação continua. Além de tentar localizar mais vítimas, o objetivo é comprovar o valor exato da movimentação financeira da quadrilha. Lacerda destaca que o grupo também lavava dinheiro por meio de um mercado em Canoas. "O estabelecimento comercial era usado como lavagem de dinheiro, ou seja, foi adquirido com dinheiro dos golpes, e parte do dinheiro do crime também era utilizado para aquisição de produtos", explica o delegado.

Outra meta da polícia será, nos próximos meses, identificar a quadrilha que revendia os carros roubados e clonados para os golpistas que foram alvo da operação desta quarta. Em relação às vítimas destes estelionatários, elas podem acionar a polícia de Canoas pelos telefones: (51) 3425-9056 e (51) 98608-9984, este com WhatsApp.

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