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STF nega extradição de empresário turco que vive em São Paulo
Empresário chegou ao Brasil em 2016
05/04/2022 17h31
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Brasil
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou hoje (5) o pedido da Turquia para extraditar o empresário Yakup Sagar.  

No pedido encaminhado ao STF, o governo turco acusou Sagar de atentar contra a ordem constitucional do país, por integrar o Movimento Hizmet, crítico ao governo turco e considerado terrorista pelo presidente Recep Tayyip Erdogan. 

O empresário chegou ao Brasil em 2016 e tem uma loja de confecções no Brás, em São Paulo. No ano passado, após o pedido de extradição, a prisão preventiva para fins de extradição foi decretada pelo STF. Meses depois, ele ganhou o direito de responder ao processo em liberdade.

Os advogados alegaram na Corte que Yakup Sagar é alvo de perseguição política e fugiu para o Brasil  com medo de ser morto.

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Ao analisar o caso, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, votou para negar o pedido de extradição.

A partir de relatórios de organismos internacionais, Moraes citou que o governo da Turquia é acusado de perseguir juízes e praticar prisões sumárias. Dessa forma, segundo o ministro, no caso de deferimento da extradição, não há garantias de que o julgamento seja realizado com imparcialidade.

Além disso, o relator afirmou que o governo turco não especificou as condutas ilegais que teriam sido praticadas pelo empresário, que recebeu refúgio do governo brasileiro.

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“Esse conturbado momento político vivenciado no Estado turco, que revela essas instabilidades institucionais e essa perseguição à autonomia e independência do Judiciário, não se pode permitir o deferimento da extradição”, afirmou o ministro.

O voto contra a extradição também foi seguido pelos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.

Defesa

Durante o julgamento, o advogado Beto Vasconcelos, representante do empresário, afirmou que a Turquia é acusada de violações dos direitos humanos e que o movimento Hismet é considerado inimigo político do presidente do país. 

“Depois de ter seus bens de família tomados pelo governo, sua empresa tomada pelo governo, ele e seus familiares fugiram da Turquia, passando pelo continente africano. Ele chegou ao Brasil com sua filha e sua esposa, em 2016, e pediu refúgio com medo de ser morto, em razão de perseguição ocorrida naquele território e agora estendida para o nosso território”, afirmou a defesa.