Ainda sem data para começar, mas ao menos com a empresa responsável já definida, a primeira etapa da revitalização da Via Gastronômica, na rua Herny Hugo Dreher, entre os bairros São Bento e Planalto, custará inicialmente R$ 5.087.432,71 aos cofres da prefeitura de Bento Gonçalves. O valor é ainda mais elevado do que o apresentado no final de 2021 – que já estava quase 50% acima do primeiro cálculo definido para a ação.
Depois de encarar uma licitação deserta, quando o empreendimento estava orçado em R$ 3.025.179,07, o Poder Público relançou o processo, aumentando seu custo para R$ 4.458.562,20. A justificativa foi o aumento de matérias primas, como grades de ferro, e a atualização do projeto das calçadas e inclusão da pavimentação.
Mesmo assim, a vencedora do procedimento licitatório, a Cerâmica Taquari Construções Ltda., receberá o montante de mais de R$ 5 milhões. "A planilha com o valor aplicado na obra é de outubro de 2021, quando foi lançada a licitação. Neste tempo, houve uma atualização nos valores da tabela Sinapi (atualizada mensalmente). Apenas uma empresa licitante participou do certame, cuja proposta foi desclassificada por apresentar valor excessivo, isto é, superior ao preço orçado. Essa situação permite que seja aplicado o disposto no § 3º, do artigo 48 da Lei de Licitações, que prevê um novo prazo aos licitantes para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas, ficando um valor abaixo da proposta inicial apresentada pela empresa, mas dentro do valor da tabela Sinapi de março e valores de mercado atuais", explica a diretora do Ipurb, Melissa Bertoletti, sobre como se chegou ao preço final.
De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb), a licitação já foi homologada, irá para a fase contrato e de emissão da ordem de início dos trabalhos, mas não há um prazo definido. A partir do momento em que as obras entrarem de fato em execução, a previsão é de que sejam concluídas em oito meses, mas, a exemplo do que tem sido visto de forma constante na cidade, não seria incomum a ocorrência de aditivos de valores e de prazos.
Ao longo das últimas semanas, tem ganhado força junto à comunidade bento-gonçalvense vários questionamentos relacionados a alternativas para o alto investimento que a prefeitura terá que fazer na revitalização da Via Gastronômica. Uma possibilidade discutida foi que a obra pudesse ser cobrada como medida mitigatória para a construção de grande porte que está sendo realizada na avenida Planalto, no terreno onde ficava a sede da antiga Apae. Assim, a administração poderia direcionar os milhões para outra prioridade.
Entretanto, as únicas exigências estipuladas pela Casa Amarela foram que haja a continuidade do passeio público temático junto à testada do empreendimento e a instalação de mobiliário urbano na praça interna que também remeta ao estilo da Via Gastronômica.
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