A quinta-feira, 31 de março, começou com uma notícia que sacodiu o meio político. O então pré-candidato a presidente da República pelo PSDB, o governador de São Paulo João Dória, deve deixar o partido e desistir de concorrer ao maior cargo político do país. O tucano cancelou todas as agendas externas nas quais faria sua "despedida" do governo paulista e vai fazer o anúncio oficial em um ato com prefeitos à tarde no Palácio dos Bandeirantes. Ele também deve seguir no cargo de governador, ao qual abriria mão nesta quinta. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
A senha para a mudança de planos foi dada na noite desta quinta-feira, 30, em um discurso de 53 minutos para uma plateia de amigos, empresários, aliados e secretários, sem a presença de Garcia, no qual disse que "não parte do pressuposto" que será candidato e sinalizou que aceitaria abrir mão da disputa. "Não faço imposição do meu nome, pelo contrário. Não parto do pressuposto que tem ser eu. É preciso ter grandeza e espírito elevado", afirmou o governador paulista.
Doria participou de um jantar organizado pelo empresário Marcos Arbaitman, seu amigo de longa data, e usou tom conciliador no momento em que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sinaliza que vai lutar pela vaga de candidato do PSDB, apesar de ter perdido as prévias do ano passado.
A desistência de Doria acentua a crise interna que o PSDB enfrenta desde a realização das prévias. Agora, além do racha entre aliados de Doria e de Eduardo Leite, derrotado no ano passado, há desconforto por parte de Rodrigo Garcia, que aguardava assumir o posto de governador para ter uma plataforma eleitoral que o ajudasse nas eleições de outubro. Com a permanência de Doria no cargo, Garcia perde os meses que teria à frente do governo e, consequentemente, a oportunidade de fortalecer seu nome na disputa.