A segunda-feira foi de duas baixas importantes no governo do presidente Jair Bolsonaro. Depois de confirmar a exoneração do ministro da Educação, Milton Ribeiro, acusado de criar um comando paralelo no MEC, durante a noite, foi confirmada a demissão do presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, que estava há apenas um ano no cargo. Ele será substituído pelo diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.
A escolha de Pires foi interpretada com uma sinalização pró-mercado financeiro, cujos investidores cobram a manutenção da política de reajuste de preços da Petrobras, que segue a tendência dos preços do mercado internacional. O nome foi costurado pelo próprio ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que trabalha pela adoção de um subsídio temporário do governo para diminuir a alta de preços dos combustíveis, considerada o "calcanhar de Aquiles" do presidente Jair Bolsonaro nas eleições deste ano. Com a entrada de Pires, a proposta de subsídio, que é rejeitada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, deve ganhar fôlego.
Nesse primeiro momento, a expectativa é que não haja tantas mudanças como ocorreu, no ano passado, na troca de Roberto Castello Branco por Silva e Luna. A leitura inicial é de que ele vai continuar com a política de preços de paridade internacional. Pires tem defendido o subsídio e se manifestado contrário ao projeto 1474, que trata de preços de combustíveis e prevê fundo de amortização dos preços, já votado no Senado e em tramitação agora na Câmara. Mas permanece certo ceticismo de que ele conseguirá segurar a pressão do presidente para intervir nos preços em ano eleitoral .