O governador gaúcho, Eduardo Leite, anunciou no começo da tarde desta segunda-feira, dia 28, que deixará o cargo no Piratini para "participar ativamente deste momento tão decisivo", referindo-se às próximas eleições presidenciais que ocorrem no mês de outubro. No mesmo comunicado, Leite garantiu que permanece no PSDB, mas não declarou efetivamente que será candidato à presidência. "A renúncia me abre muitas possibilidades e não me tira nenhuma", acrescenta.
De acordo com a lei eleitoral, para poder concorrer no pleito, o governador precisava renunciar à cadeira do Executivo estadual até 2 de abril. "Eu vou renunciar ao poder para não renunciar à política. Fico no meu partido, porque o PSDB é importante na minha vida e na vida do país, e me desincompatibilizo do governo para estar onde o meu país mais precisar de mim", afirma.
Em novembro de 2021, Leite disputou as prévias do PSDB para definir quem seria o pré-candidato do partido à Presidência da República. Ele perdeu para o governador de São Paulo, João Doria. Mesmo assim, ele ressalta que a "carta-chamado" assinada por colegas tucanos, como o próprio presidente da sigla, Bruno Araújo, além de deputados, senadores e governadores, pesou na decisão de não deixar o partido. "Essa decisão foi muito ponderada e estou convicto do caminho que estamos tomando. Aos gaúchos, eu confio que vão entender meu gesto. Eu não estou saindo, eu estou me apresentando", acrescenta.
Leite disse, ainda, ter conversado por telefone com o próprio Doria pouco antes de anúncio e que, apesar de respeitar as prévias, a discussão sobre a formação de uma candidatura terá que ser ampliada, inclusive, com a aproximação de outros partidos. Nesse sentido, ele diz que manterá o nome à disposição "para contribuir e não dividir". "Não é sobre atender às nossas aspirações individuais, é sobre construirmos juntos uma alternativa para o país. Eu não tenho medo de estar nos bastidores, mas muita acredita que eu deva estar na liderança", argumenta.
Em seu pronunciamento, Eduardo Leite também criticou as recentes declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, que falou em "inimigos internos" ao tratar de adversários políticos. "É tudo que nós não precisamos. O Brasil tem na sua diversidade uma força", argumenta.
Com a oficialização da renúncia, que deve ocorrer até a próxima quinta-feira, dia 31, quem assume o cargo de governador até o fim o mandato é o vice Ranolfo Vieira Júnior. "Viramos o jogo e agora o jogo continua sob a condução desse novo comandante", finaliza Leite.