Política Eleições 2022
Bolsonaro confirma aliança com Republicanos e PP nas eleições presidenciais
Último partido a confirmar apoio ao atual presidente foi o Republicanos, nesta quinta-feira, 24 de março.
26/03/2022 14h21
Por: Marcelo Dargelio
Bolsonaro e deputado Marcos Pereira selaram a aliança com o Republicanos em torno de sua candidatura à presidência

O presidente da República Jair Bolsonaro vai para a disputa da reeleição nas eleições presidenciais com o apoio dos principais partidos do bloco chamado Centrão. Além de seu partido, o PL, também confirmaram apoio à candidatura o Republicanos e o Progressistas.

A última adesão foi a do Republicanos, confirmada na quinta-feira, 24 de março, pelo presidente nacional do partido, o deputado federal Marcos Pereira. A relação entre o Republicanos e o governo estava estremecida, com sinais nos bastidores de que o partido estava formalmente fora da base governista e que ficaria neutro no primeiro turno das eleições. A cúpula se ressentia da falta de prestígio dada por Bolsonaro e Marcos Pereira explicitou isso no fim de fevereiro, quando disse que o presidente da República "só atrapalhou" o crescimento da legenda.

O Republicanos entrou na janela partidária com 31 deputados federais e, atualmente, conta com 41 em exercício, tendo superado a marca almejada por Pereira. A meta, contudo, foi atingida sem o apoio direto de Bolsonaro. O discurso na bancada é de que o governo não teve a preocupação em compor com as legendas da base e distribuir a filiação de aliados do presidente entre PP e Republicanos.

O PL, por exemplo, saiu de 43 deputados antes da janela partidária para 65, atualmente, sendo o maior partido da Câmara dos Deputados. O PP, que também não contou com a influência direta de Bolsonaro para acomodar aliados, teve um salto mais tímido, de 43 deputados em exercício para 46.

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Os sinais de uma possível neutralidade do Republicanos no primeiro turno acenderam o sinal de alerta no governo. Afinal, cálculos internos feitos pelo núcleo duro de Bolsonaro sugerem a possibilidade de vitória e reeleição nas urnas sem a necessidade de um segundo turno. Mas, segundo membros da coordenação eleitoral, isso só será possível com uma grande estrutura partidária.

Por isso, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos coordenadores eleitorais da campanha presidencial junto do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do presidente licenciado do PP e ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, aprofundou as conversas com Marcos Pereira para chegar a um acordo que mantivesse o Republicanos na base eleitoral.

O diálogo entre o senador e o chefe do Republicanos se arrastou ao longo dos últimos 30 dias até chegar em um denominador comum para ambos. O partido apresentou como demandas a filiação da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, bem como o controle da pasta, além da filiação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. A possibilidade de filiação do pré-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, o ministro da Defesa, Braga Netto, também entrou em pauta.

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As negociações avançaram e Flávio apresentou as demandas ao pai, que chamou Marcos Pereira para selar o acordo em uma reunião fora da agenda oficial, na quinta, no Palácio da Alvorada. Ali, ele consentiu com a filiação de Damares e Tarcísio no Republicanos e em ceder o ministério dela ao partido.