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Novo caso de possível massacre de animais revolta protetores de Bento Gonçalves

Em operação contra traficantes realizada nesta quarta-feira, 24, no Ouro Verde, uma cachorra e cinco filhotes foram encontrados em situação de maus tratos pela Polícia Civil, mas não foram retirados do local. Horas depois, todos os cachorrinhos desapareceram

24/03/2022 às 15h29 Atualizada em 24/03/2022 às 19h06
Por: Marcelo Dargelio
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(Divulgação)
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Outro provável caso de massacre de animais tem revoltado e mobilizado protetores que atuam na causa em Bento Gonçalves. Nesta quarta-feira, dia 23, durante uma operação que culminou na prisão de um casal na rua Nelino Domenico Carini, no bairro Ouro Verde, a Polícia Civil encontrou no local uma cachorra e cinco filhotes em situação de abandono, extremamente magros, que estavam justamente no imóvel alugado pela dupla acusada de tráfico.

Segundo relatos obtidos pela reportagem do NB Notícias, os agentes tentaram acionar uma voluntária para que ela recolhesse os animais e acabaram deixando o local sem retirar a fêmea e os cachorrinhos – mesmo após presenciarem o seu estado precário –, alegando que não teriam como transportá-los. "Como se tratava de uma diligência policial, eles deveriam, estando em um bom número de policiais na rua, ter resgatado a cachorra e os filhotes e encaminhado aos voluntários. Mas, nesse meio tempo, ficaram empurrando com a barriga, jogaram para mim buscar a cachorra e eu não tinha como, não tinha nem informações detalhadas, não sabia direito onde ela estava. E, se tratando de traficantes, eu também fiquei assustada", relata a protetora Márcia Manuel, que foi contatada para o socorro.

Ele conta que repassou a situação a órgãos da prefeitura e também à Patrulha Ambiental (Patram), que estava atuando em Caxias do Sul naquele momento e não pôde atender a ocorrência, mas se disponibilizou para ir até a moradia na manhã desta quinta-feira, 24. Assim, os animais permaneceram no imóvel e não foram resgatados.

Poucas horas depois, entretanto, ainda na quarta, as pessoas que haviam sido detidas acabaram sendo liberadas e retornaram para a residência. "Ainda ontem à noite, a dupla que foi presa já estava de volta em casa. E chegando em casa eles trancafiaram a cachorra no pátio, é uma casa de fundos. Hoje de manhã os cachorrinhos já não estavam mais na casa, sumiram. E quando a Patram chegou lá, eles estavam tomando chimarrão de boa, os traficantes. Não ficaram nem 24 horas na cadeia e ainda deram fim nos animais? É um absurdo", desabafa Márcia.

Durante a operação, os filhotes ainda estavam no local com a mãe, mas no dia seguinte apenas a cadela foi localizada pela Patram (foto principal)

Nesta quinta, a Patram cumpriu com o combinado, mas só localizou a cadela, que foi encontrada bastante assustada e passando mal. "A hora que a Patram chegou lá, só tinha a mãezinha, transtornada, com uma diarreia violenta, sem saber o que estava acontecendo com ela", narra a voluntária. A cachorra foi levada para atendimento em uma clínica conveniada na cidade de Farroupilha e, assim que estiver melhor, será castrada.

No entendimento de Márcia, diante da dificuldade de os protetores se deslocarem até o lugar em que os cães estavam e os policiais civis tendo presenciado o estado deles, a atitude mais adequada seria removê-los de lá o mais rapidamente possível. "A Polícia Civil estava com a cachorra, estava com os filhotes e me chamou. Mas nós voluntários não temos para onde correr, não temos um amparo, não temos um abrigo. E eles não fizeram nada. Eles poderiam ter colocado a cachorra com os filhotinhos dentro da viatura e ter trazido em segurança, para a gente conseguir salvar os filhotes e ela. E assim se perderam todos os filhotes durante a noite. Eu acredito que mataram, porque nenhum filhote iria sumir assim da noite para o dia. Podiam ter evitado isso tudo", finaliza.

A reportagem do NB Notícias havia tentado contato com o delegado Fernando Cruz Alexandre, para esclarecer os motivos que impediram os agentes de retirarem os animais da casa durante a operação policial, mas, até a publicação desta matéria, não havia recebido retorno. Mais tarde, ele falou sobre o caso: CONFIRA AQUI o que disse o delegado.

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