Bairros Impasse
Alunos do noturno do Cecília Meireles cobram retomada de horário de ônibus
Alguns estudantes que moram em bairros como Conceição e Municipal têm que voltar a pé para casa após as aulas, pela falta de transporte coletivo
14/03/2022 14h58
Por: Marcelo Dargelio
(Reprodução)

Voltar para casa diariamente após as aulas no período noturno tem sido um verdadeiro desafio para vários estudantes do Instituto Estadual de Educação Cecília Meireles, localizado no São Francisco, em Bento Gonçalves. Isso porque estudantes de bairros como Municipal e Conceição não têm mais à disposição o único horário de ônibus da empresa Bento que fazia a rota até as duas comunidades.

Um destes casos é o de uma adolescente que estudava no Colégio Bom Retiro, no bairro Santa Rita, e mudou de educandário neste ano justamente pela falta de transporte coletivo que já enfrentava no período da saída. "Só que justo no primeiro dia de aula a empresa tirou o ônibus do Cecília. E daí pergunto: como os estudantes vão vir de noite de lá a pé? Entrei em contato com a empresa e a moça que me atendeu disse que foi tirado o transporte por ter poucos jovens que vinham de lá, que não valia a pena colocar um motorista e um ônibus. Mas não temos condições de pagar Uber todos os dias", afirma a mãe.

Outra estudante relata que, além de também não ter condições de pagar todos os dias pelo serviço de transporte de aplicativo – por ser contratada apenas como jovem aprendiz –, não consegue encontrar uma van que faço o trajeto da escola para o Municipal no final da noite. A alternativa tem sido fazer uma longa e perigosa caminhada, de mais de uma hora. "Chego em casa quase à meia-noite e, no dia seguinte, tenho que trabalhar, como todos os outros. Isso se torna cansativo demais. Sempre teve esse horário de ônibus, não entendo por que foi tirado justo agora que precisamos dele", desabafa.

Contatada pela reportagem do NB Notícias, a empresa Bento não se manifestou sobre a situação.

O secretário de Governo da prefeitura de Bento Gonçalves, Henrique Nuncio, afirma que já se reuniu com as empresas de transporte coletivo na última sexta-feira, dia 11, "para realizarmos o levantamento de todas as linhas escolares, para assim conseguirmos mapearmos melhor a demanda em cada escola". "Essa linha foi criada exclusivamente a partir do pedido dos alunos, com o argumento de que teria 25 usuários, porém após uma semana foi constatada a utilização de no máximo cinco", justifica.