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Simpatizantes da causa animal e do meio ambiente querem abertura de CPI em Bento Gonçalves

Um grupo de voluntários deve acompanhar a sessão da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves pedindo a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

28/02/2022 às 12h42 Atualizada em 01/03/2022 às 10h01
Por: Marcelo Dargelio
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Manifestantes afirmam que na CPI será possível apresentar problemas da falta de atenção do poder público com a causa animal - Foto: NB Notícias
Manifestantes afirmam que na CPI será possível apresentar problemas da falta de atenção do poder público com a causa animal - Foto: NB Notícias

O clima está esquentando e um grupo de pessoas envolvidos com a causa animal e questões ambientais está decidido a lutar pela abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na Secretaria Municipal de Meio Ambiente em Bento Gonçalves. Eles estarão com faixas e cartazes na sessão ordinária da Câmara de Vereadores desta quarta-feira, 2 de março, para pedir que os parlamentares assinem o pedido feito pelo vereador Rafael Fantin (PSD).

Durante a manifestação realizada na Via del Vino no sábado, 26 de fevereiro, os voluntários da causa animal deixaram claro que são a favor da criação de uma CPI para apurar possíveis irregularidades na Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Além do caso do sumiço dos gatos no bairro Conceição, com a conivência de servidores municipais e a presença do secretário-adjunto do Meio Ambiente, Valcir Schell, e o maior desmatamento da história de Bento Gonçalves, também com a presença de um servidor público, os ativistas querem denunciar na CPI a falta de ação do poder público com a causa animal e falta de diálogo com os voluntários que trabalham pelo movimento. 

Munidos de cartazes, os voluntários pretendem cobrar de todos os vereadores para que assinem o pedido de CPI. O autor do pedido, vereador Rafael Fantin, revela que já teria duas assinaturas confirmadas e que, outros dois parlamentares já teriam se manifestado verbalmente que iriam assinar o documento. Desta forma, faltaria apenas uma assinatura, das seis necessárias, para abertura da CPI da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Prefeitura de Bento quer evitar a CPI

A reportagem do NB Notícias recebeu informações de pessoas ligadas à prefeitura de que o prefeito Diogo Siqueira quer evitar a realização de uma CPI, pelo menos neste momento. Para isso, há uma convocação do prefeito à maioria dos vereadores para uma reunião às 11h desta quarta-feira, 2 de março. O objetivo seria alinhar o discurso para evitar que a CPI seja criada. Pelo menos dois vereadores que foram convidados a participar do encontro, confirmaram a reunião para a reportagem.

Um outro ponto que mostra a tentativa do poder público de evitar a CPI é a não exoneração do secretário-adjunto de Meio Ambiente, Valcir Schell. A informação dos bastidores é de que o prefeito Diogo Siqueira foi alertado em reunião de que o Republicanos, partido de Schell, desembarcaria do governo e seria oposição caso sua exoneração acontecesse. Por isso, apesar de ter presenciado a ação onde os gatos foram retirados de forma irregular de uma casa no bairro Conceição, o adjunto não foi exonerado, sobrando apenas para o secretário titular, Claudiomiro Laurindo Dias. Pelo menos até que o pedido de CPI seja engavetado, Valcir Schell não deve sair da prefeitura. 

Comissão de Infraestrutura vai ouvir servidor da prefeitura

Presidente Anderson Zanella agiu rápido e encaminhou ofício para ouvir o servidor Alexsandro Portilho - Foto: Câmara de Vereadores 

 

A Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento e Bem-estar Social, presidida pelo vereador Anderson Zanella (Progressistas), marcou para a quinta-feira, 3 de março, para ouvir o servidor Alexsandro Portilho, sobre o caso envolvendo o maior desmatamento da história de Bento Gonçalves. A ação é uma tentativa de evitar a necessidade de uma CPI, pois muitos vereadores alegam que o caso já está no Ministério Público e não adiantaria fazer a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 

Apesar dessa movimentação da Comissão de Infraestrutura, os ativistas ambientais e da causa animal questionam por qual motivo o engenheiro que assinou o projeto de construção dos 40 pavilhões de mil metros quadrados em área desmatada irregularmente e também é funcionário da prefeitura, não foi chamado para dar seu depoimento. Além disso, por meio da comissão, não há necessidade do servidor público comparecer à sessão. Porém, por meio de uma CPI, a sua ida até a Câmara se torna obrigatória.

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