Os mais recentes escândalos envolvendo a secretaria do Meio Ambiente de Bento Gonçalves, que são o caso do grande desmatamento irregular ás margens da BR-470 e a matança e sumiço de gatos no bairro Conceição, pautaram os principais discursos dos vereadores na sessão ordinária desta segunda-feira, dia 21. No centro da polêmica, estava o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposto pelo vereador Rafael Fantin (PSD).
Sobre a questão relacionada à causa animal, o vereador lembrou do pedido levado por ele ao Ministério Público (MPRS), de que prefeitura estabelecesse um sistema de atendimento de urgência a animais vítimas de maus tratos na cidade. Segundo ele, o tema foi tratado novamente em reunião virtual na semana passada, na qual o secretário de Meio Ambiente, Claudiomiro Laurindo Dias, teria dito que a demanda já estava contemplada no último edital lançado pela prefeitura, incluindo até mesmo uma casa de acolhimento para estes animais. "Ele mentiu para o Ministério Público. O edital não fala sobre isso. Temos que chamar aqui o secretário e o prefeito para explicar. Isso é grave", aponta.
No que diz respeito ao caso de desmatamento que tinha envolvimento de um servidor público e ocorria há quase três meses, o parlamentar fala em uma situação que "beira a prevaricação", na qual a "falta de competência em escolher determinados secretários acarreta nessa responsabilidade" ao prefeito Diogo Segabinazzi Siqueira. "Quem está por trás disso? Vamos deixar que isso aconteça normalmente em nossa cidade? Eu gostaria muito que vocês me apoiassem na abertura desta CPI. É um tema bastante importante, mas alguém deve fazer", conclui.
Discordando de Fantin, a principal voz que se levantou foi a do vereador Anderson Zanella (Progressistas), que tratou a manifestação do colega e o pedido de abertura de CPI como a tentativas de criar um "palco político" na Câmara, em função do período eleitoral que se aproxima. "Ano de eleição e, como pré-candidato, vir aqui e querer jogar para a torcida? Por favor!", reclama Zanella.
Segundo ele, em nenhum dos dois casos mencionados por Fantin há a real necessidade de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito. "O trabalho de uma CPI é apurar os fatos para, eventualmente, remetê-los para os órgãos competentes, mas eles já estão no Ministério Público", justifica.
Com relação ao direcionamento de acusações ao prefeito e ao secretário de Meio Ambiente, Zanella finaliza dizendo que essa é uma estratégia infundada da oposição. "É fácil imputar ao prefeito ou a secretários uma culpa que eles não têm", conclui. Sobre o caso do massacre de gatos, o parlamentar falou ainda já se tratar de um caso de polícia e, a respeito do flagrante de desmatamento, avisou que pretende convocar o servidor envolvido para prestar esclarecimentos na casa.