O caso envolvendo o maior desmatamento da história recente de Bento Gonçalves ainda é um mistério e caberá ao Ministério Público buscar respostas mais convincentes sobre o caso. Vários caminhões e máquinas desmataram uma área de 26 mil metros quadrados, às margens da BR 470 durante três meses, mas somente o servidor público municipal, Alexsandro Portilho, aparece, até o momento, como o responsável pela devastação. Nesta segunda-feira, 21 de fevereiro, o comandante do 3º Batalhão Ambiental de Bento Gonçalves (3º BABM), sargento Vanius Morais, entregou os documentos da autuação pelo crime ambiental junto ao Ministério Público e a Delegacia de Polícia Civil, que ficarão encarregados de investigar o caso.
Diversas retroescavadeiras e caminhões provocaram um estrago alarmante em uma área que fica ao lado de uma empresa de empilhadeiras, às margens da BR 470. As investigações dão conta de que eles trabalhavam há cerca de três meses no local e, para não levantar suspeita de vizinhos e lindeiros, fizeram a supressão da mata nativa pelo meio da área, deixando as árvores laterais, a fim de que a movimentação do maquinário não fosse notado.
O local estava sendo preparado para receber 40 loteamentos industriais de mil metros quadrados cada um, além de estradas de acesso pela BR 470 e também pelo bairro Verona. Para não deixar rastros de responsabilidade pelo crime ambiental, os donos do empreendimento não tinham protocolado na prefeitura um pedido de licença ambiental. Tudo estava sendo feito de forma obscura e a descoberta só foi possível graças a um trabalho de investigação realizado inicialmente pela Associação Ativista Ecológica de Bento Gonçalves (AAECO) que, posteriormente, acionou a fiscalização. Tanto que, quando a fiscalização chegou ao local, os funcionários já tinham sido retirados e apenas o servidor municipal Alexsandro Portilho apareceu, assinando as notificações como responsável pela obra irregular.
Apesar disso, os agentes do Batalhão Ambiental já têm informações de qual empresa estaria realizando a obra e as informações foram passadas ao Ministério Público e à Polícia Civil. Além do desmatamento, está sendo apurado os danos à fauna existente no local, já que a área é região de Mata Atlântica e há espécies em extinção que vivem no local. No Ministério Público, o caso será apurado pela Promotoria Especializada, comandada pela promotora Carmem Lucia Garcia.
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