O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, está convicto de que deseja ser candidato à presidência da República em 2022. E o anúncio já tem até data para acontecer: 15 de março. Durante palestra na Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul nesta sexta-feira, 18, o chefe do executivo estadual deixou claro que não pretende deixar o "cavalo encilhado passar duas vezes".
Eduardo Leite virou a bola da vez para ser o grande nome da terceira via nas eleições presidenciais de 2022 para combater as candidaturas de Luis Inácio Lula da Silva e do presidente Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição. E as portas foram abertas pelo PSD, de Gilberto Kassab, que desde o início do ano vem levantando o nome de Leite como alternativa nos grandes centros políticos do país. Com a boa aceitação do governador do Rio Grande do Sul, as conversas avançaram, tanto que Eduardo Leite, já começa a remontar seu projeto para administrar o país.
O tom do discurso em Caxias do Sul foi de despedida. “De fato, estou sendo provocado novamente sobre o cenário nacional. Olha, passar um cavalo encilhado já não é fácil; passar dois, não dá para a gente desprezar”, disse Leite, numa referência aos convites que têm recebido para concorrer à Presidência.
Eduardo Leite já tinha até desistido de concorrer à Presidência, após perder a disputa dentro do PSDB para João Dória. De uns tempos para cá, no entanto, as negociações nesse sentido avançaram, principalmente com a insistência de Gilberto Kassab, que lhe apresentou um ousado plano para ele ser candidato pelo PSD. O otimismo é tanto que os apoiadores de Eduardo Leite já começaram a manter conversas sobre a confecção de um programa de governo com economistas renomados, como Persio Arida e Arminio Fraga. “Se for, de fato, algo consistente, e que a gente tenha apoio para isso, eu tenho coragem, vontade e disposição de poder apresentar algum caminho alternativo”, afirmou o governador aos empresários caxienses.
O vaivém da pré-candidatura de Eduardo Leite
Prévias: Em setembro do ano passado, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, lançou, em Brasília, sua campanha para as prévias presidenciais do PSDB pregando a construção de um modelo de pacificação política do País.
‘Frente’ anti-Doria: Em outubro, Leite recebeu apoio do senador Tasso Jereissati (CE), que desistiu das prévias, e tentou montar uma “frente” contra seu principal adversário interno, o governador de São Paulo, João Doria.
Derrota: Leite foi derrotado nas prévias por Doria em novembro. O governador de São Paulo obteve 53,99% dos votos, ante 44,66% do governador gaúcho. Após a derrota, Leite disse que permaneceria no PSDB.
Convite: No início deste mês, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que Leite poderia ser candidato ao Planalto pelo partido, caso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidisse não concorrer.
Disputa: Nesta sexta-feira, 18, Leite indicou que considera ser candidato à Presidência. Convidado para se filiar ao PSD, ele disse a empresários que tem “disposição” de apresentar um projeto alternativo para o País.
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