A 2ª Vara Cível da Comarca de Bento Gonçalves deferiu o pedido de Recuperação Judicial apresentado pelo Grupo Ditália, de Monte Belo do Sul. A empresa tem uma dívida superior a R$ 79 milhões e agora terá 60 dias, a contar do dia 6 de dezembro, para apresentar um plano de pagamento de seus débitos com os mais de 1,2 mil credores.
O Grupo Ditália é formado pelas empresas Ditália Móveis Industrial, Ditália Produção e Logística e Cozy Indústria e Comércio de Móveis. O primeiro pedido de recuperação judicial, ajuizado em 2015, englobava apenas a Ditália Móveis. No entanto, as cobranças de dívidas trabalhistas passaram a atingir também as outras unidades. Para preservar o grupo com uma reestruturação financeira geral, entendeu-se de que era necessário um novo pedido amplo de recuperação judicial, explicou a advogada Adriana Dusik Angelo, do escritório Crippa Rey Advogados.
A expectativa é de que, com essa autorização judicial, o Grupo Ditália consiga regularizar seus débitos em até quatro anos. A este novo processo estão sujeitas todas as dívidas que a empresa tenha na data do ajuizamento, exceto as tributárias. Segundo Adriana, a crise se deu em virtude das diversas questões de mercado que implicaram no significativo aumento dos preços das matérias-primas utilizadas no processo produtivo, bem como os reflexos da pandemia da Covid-19, que acabou por impactar na empresa ocasionando demissões e pedidos de desligamento.
A companhia foi um dos grandes propulsores do setor moveleiro na região. Chegou a ter 600 funcionários. Atualmente, tem 75. No entanto, a empresa movimenta outro 300 postos de trabalho indiretos. Enquanto corre a reestruturação, a empresa manterá a operação e os empregados não correm risco de perderem seus empregos. A Ditália foi fundada em Bento Gonçalves em 1990, quando produzia estofados em uma sala de 70 metros quadrados.
Mín. 14° Máx. 25°