A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu preventivamente uma advogada de 40 anos que é investigada pela Polícia Civil de Bento Gonçalves por suspeita de apropriação de dinheiro proveniente de causas trabalhistas de clientes. A decisão do Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Seccional do Rio Grande do Sul tem validade de 90 dias a partir de 6 de dezembro. Atualmente, a advogada mudou-se da cidade e possui um escritório em Caxias do Sul. As informações são do Jornal Pioneiro.
Em outubro, duas ocorrências foram registradas contra a advogada somando mais de R$ 23 mil em prejuízo aos clientes. A profissional já possui outros três indiciamentos anteriores por crimes semelhantes. O nome da advogada não é divulgado, porque ainda não há condenação contra ela. A suspensão pela OAB também é uma decisão liminar, porém impedem a profissional de exercer a profissão em todo o território nacional até o dia 6 de março de 2022, inicialmente.
Os dois relatos recentes que chegaram aos policiais são semelhantes. As vítimas souberam sobre problemas de uma advogada na cidade e decidiram verificar como estavam suas antigas ações. Os clientes não conseguiram contato com a profissional, que teria fechado o escritório no centro de Bento Gonçalves. Ao consultar o Poder Judiciário, descobriram que suas ações já haviam terminado e que nunca receberam o valor que deveriam.
A investigação está em andamento pela 2ª Delegacia de Polícia (1ª DP). Segundo o delegado Rodrigo Morale, foi encaminhada uma carta precatória para interrogatório da advogada, que já não reside mais em Bento Gonçalves. Assim que forem cumpridas, o delegado irá analisar o depoimento e deve finalizar os inquéritos.
A advogada já foi indiciada outras três vezes pela 1ª DP por casos semelhantes: apropriação indébita, que é previsto no artigo 168 do Código Penal com pena de um a quatro anos de reclusão. Nesses inquéritos policiais, sendo um de 2019 e dois em 2020, a advogada foi intimada, mas não compareceu à delegacia para se manifestar sobre. Ela foi indiciada nas três investigações e os processos tramitam na Justiça.
Os casos mais recentes foram registrados no dia 13 de outubro, com um prejuízo de R$ 14 mil para o cliente, e na última quarta-feira (20), onde a advogada supostamente teria se apropriado de R$ 9,5 mil de outro. Titular da 1ª DP, o delegado Renato Nobre Bias afirma que as novas investigações ainda são muito recentes e é necessário obter mais detalhes.
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