Nesta semana falaremos sobre mochileiros, esses viajantes independentes que organizam seus roteiros e suas viagens por conta própria. Eles estão sempre antenados com roteiros repletos de aventuras e diversão, abrindo mão do conforto dos viajantes tradicionais, que geralmente fecham pacotes com hotel, aéreo, shows e carro. Mochileiro é sinônimo de independência , afinal, eles são os responsáveis pelos roteiros de viagem, o tempo de permanência, meios de locomoção e locais para alimentação, reunindo qualidade e economia e transformando a viagem em uma gostosa experiência. A cultura mochileira nasceu nos Estados Unidos e era formada por escritores e artistas na década de 50, logo após a Segunda Guerra Mundial. Hoje é comum encontrar mochileiros de todas as partes do mundo pelas nossas viagens e o mercado só cresce: para terem uma ideia, a Austrália é o país preferido desses viajantes e fatura milhões de dólares anualmente com essa galera que consegue reunir diversão, conhecimento e aventura à baixo custo. Nosso convidado especial é o gerente de marketing Felipe Faria, que é mochileiro profissional. Ele tem todas as dicas para quem quer colocar a mochila nas costas e explorar o mundo:
A oportunidade de conhecer gente do mundo todo nos hostels , gastar mais com experiências do que com produtos e tempo para reflexão sobre o mundo e autoconhecimento.
Não tem segredo: se você lidar com a hospedagem como uma necessidade corporal, não como uma oportunidade de luxo, vai conseguir dormir em um quarto com 16 camas. Sobre a alimentação, o que eu recomendo é observar onde os locais comem (em geral, os preços serão mais em conta que aqueles restaurantes voltados para turistas).
Alguns sites, como o Momondo, permitem monitorar o preço de passagens para destinos que você escolher em determinado período. Quando o preço baixa para aquele que você apontou como ideal, o site te envia um alerta por e-mail. E, claro, juntar muitas milhas (eu compro absolutamente tudo no cartão de crédito, para poder trocar mais milhas)
Sim, do mundo todo. É uma oportunidade de romper tabus e preconceitos, praticar outras línguas e conhecer de verdade sobre outras culturas e sociedades.
Tailândia: O Sudeste Asiático é uma região muito barata para se viajar: com o preço que paguei em um quarto de hostel em Nova York, fiquei em um hotel em Bangkok com piscina na cobertura. Só é caro para chegar, por isso a dica para acessar países como a Tailândia, com sua movimentada vida noturna e praias paradisíacas, é ficar de olho nas promoções de passagens.
Camboja: Também no Sudeste Asiático, esse é um país empobrecido, com uma história tristíssima e de superação inspiradora. O Angkor Wat é a maior edificação religiosa do mundo e o destaque do país.
Peru: Tudo no Peru exala história e cultura. Cidades como Cusco e Arequipa vão te levar em uma viagem no tempo e Macchu Pichu, um dos lugares que mais atraem turistas no mundo, está a uma bela viagem de trem dali. A comida é deliciosa, diferente e barata.
Argentina: Buenos Aires foi o destino do meu primeiro mochilão . É aqui do lado e sempre pipoca promoção de passagem. A capital argentina é cheia de atrações turísticas , tem uma gastronomia diversa e dá pra curtir a viagem sem a sensação no retorno de que sua conta bancária foi aniquilada.
Uruguai: A capital, Montevideo, é menos movimentada que Buenos Aires, mas a praia de Pocitos tem seu charme próprio. A dica é investir em destinos mais rústicos, como as praias da região de Rocha. Em Cabo Polônio é possível observar leões-marinhos e passar alguns dias completamente desconectado do mundo, já que o vilarejo praticamente não tem luz elétrica. Se você está no Sul do Brasil, dá pra viajar de carro ou de ônibus .
Estou sempre com a mochila nas costas nas férias ou feriadões , mas minha maior aventura foi uma volta ao mundo de 150 dias, em que vendi o carro, larguei o emprego e decidi viver histórias e conhecer personagens que me mostrassem o mundo de verdade. Prefiro viajar sozinho , porque é mais fácil interagir com estranhos e sempre sobra tempo para refletir sobre as diferenças culturais.
Meu maior perrengue foi ter de sair de Israel de carona em direção à fronteira da Jordânia - meu hebraico se resumia a "Shalom". Foram três carros da cidade de Beit Sheham até o rio Jordão, mas deu tudo certo. Sufocos também fazem parte da vida dos mochileiros.
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