Os moradores do bairro Zatt, em Bento Gonçalves, estão indignados com o grande atraso para entrega da obra da quadra do bairro. O local, que antes era de areia, recebeu um piso de concreto, mas ainda não foi concluído e devolvido à comunidade.
Os trabalhos iniciaram no começo de março, e deveriam durar apenas 90 dias, ou seja, até junho. No entanto, já se passaram mais de oito meses e, ao que tudo indica, a reforma está completamente abandonada pela empresa responsável, a EGM Construtora. O custo divulgado é de praticamente R$ 130 mil.
Além da ausência de um espaço adequado para brincar no dia a dia, a falta de um lugar para realizar eventos de final de ano é algo que preocupa as famílias. "Nessa época sempre pensamos em fazer atividades para as crianças. Antes, era de areia, mas nós tínhamos a quadra completa. Agora, as crianças estão brincando ali no meio, tem ferro, tem tudo. Não dá para ficar assim, em uma semana dá para resolver tudo aqui", afirma o presidente da Associação de Moradores, Antônio Dallasen.
Nesse meio tempo, ele também pede que a academia da saúde seja novamente instalada. "A academia foi retirada para arrumar uma tubulação. Mas essa tubulação foi arrumada e a academia foi embora", lamenta.
Outra obra, que ainda está no prazo, tem sido acompanhada de perto por Dallasen. Trata-se da construção da nova Escola Municipal Infantil (EMI) do bairro, que começou em julho e tem previsão para ser finalizada em oito meses. Junto à ela, também será feita a revitalização da praça e o prolongamento da rua Sérgio Rodrigues dos Santos, em um pacote de R$ 2,8 milhões que ficou a cargo da empresa Earqui. "É uma obra muito boa, mas está andando um pouco devagar. Vamos continuar cobrando, porque é muito importante para o bairro", completa o presidente.
Outra preocupação apresentada por Dallasen é o grande volume de terra que tem sido trazido constantemente de outros pontos da cidade e depositado nos arredores da obra da EMI. Segundo ele, esse aterramento pode afetar a rede de esgoto e gerar um problema grave. "Essa tubulação não vai suportar todo esse peso de terra em cima", alerta.
Entre as lutas da associação, está a busca por um terreno e recursos para a construção de uma sede própria. A curto prazo, outras ações mais simples também seguem sendo reivindicadas junto ao Poder Público, como a pintura das escadarias da comunidade.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Sobre a reforma da quadra esportiva, a administração municipal ressalta que "inicialmente, a obra ficou paralisada para que a Secretaria de Viação e Obras Públicas pudesse concluir a tubulação de esgoto no local". "A empresa solicitou 30 dias para execução da academia de saúde e os postes de iluminação que mandou fazer", explica a diretora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb), Melissa Bertoletti.
A empresa contratada alegou, ainda, dificuldades para conseguir material e mão de obra. "Foi realizada a notificação pela fiscalização por não cumprimento de cronograma físico-financeiro", acrescenta Melissa. Mesmo assim, ainda não há definição de um novo prazo para entrega.
No que se refere às obras da EMI, da praça e do prolongamento da via pública, "enquanto a empresa aguarda a chegada do material, será feita limpeza no local", finaliza a diretora.
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