O anúncio da filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL) já tem data definida para acontecer. Bolsonaro será apresentado como candidato do partido à reeleição no dia 22 de novembro. A data faz alusão ao número do PL nas urnas e também ao ano da próxima eleição. Os detalhes para o evento serão tratados em uma reunião entre o presidente e Valdemar Costa Neto.
Apesar da sinalização de Jair Bolsonaro de que sua filiação ao Partido Liberal (PL) está “99% certa”, a chegada do presidente da República não está totalmente pacificada na legenda comandada pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto. A expectativa é de que parte dos parlamentares deixe a sigla na próxima janela partidária. O cacique da agremiação, contudo, pretende contornar a debandada com a entrada de deputados bolsonaristas que atualmente estão no PSL. Para Neto, o partido tem muito mais a ganhar, do que a perder com a escolha do presidente.
A debandada deve acontecer devido às exigências feitas pelo presidente e a impossibilidade de coligação com o MDB e o PT em alguns estados. Entre as exigências para a definição do partido, Bolsonaro pretende escolher os candidatos ao Senado Federal em todos os estados. Ministros como Tarcísio Freitas (Infraestrutura); Fábio Farias (Comunicações) e Tereza Cristina (Agricultura), por exemplo, são nomes cotados para entrarem na disputa em seus respectivos estados com a chancela de Bolsonaro.
Além disso, o chefe do Planalto pretende colocar lideranças de sua confiança em diretórios estaduais da nova legenda. A movimentação é de que esses nomes organizem os palanques em estados considerados estratégicos, principalmente no Norte e Nordeste. Sem diretórios definidos em todos os estados do país, o PL poderá abrir espaço para deputados bolsonaristas, segundo aliados do governo.
Filiação ao PL deve garantir apoio do Centrão e candidato a vice-presidente do PP
Aliados do Planalto admitem que a escolha do presidente pelo PL foi a mais correta para o seu projeto de reeleição em 2022. Além de garantir um partido com força para criação de palanques regionais, Bolsonaro garante o apoio do PP, comandado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. O trio de legendas integra o núcleo duro do Centrão no Congresso.
Em contrapartida à filiação ao PL, a indicação de vice na chapa de Jair Bolsonaro deve ser feita pelo PP. Aliados do presidente defendem que a escolha seja de um nome do Nordeste para fazer frente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na região. A escolha do vice deverá ser indicada de comum acordo com o presidente. Além disso, líderes dos três partidos pretendem garantir o apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL), em 2023, à presidência da Câmara.
Na esteira, o Republicanos e o PP também irão receber a filiação de nomes ligados ao presidente. A ideia, segundo aliados do Planalto, é que a construção dos palanques e as candidaturas a deputados federais e estaduais passem necessariamente pelas negociações conjuntas dos três principais partidos. A deputada Alê Silva (PSL-MG), por exemplo, deve ir para o Republicanos, enquanto a ministra Tereza Cristina deve ir para o PP.
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