Durou apenas 24 horas a prisão do presidente da Câmara de Vereadores de Canela, Alberi Gavani Dias (MDB), o secretário municipal de Obras, Luis Claudio da Silva, e o interventor do Hospital de Caridade do município, Vilmar da Silva dos Santos. Eles foram presos na segunda-feira, 8 de novembro, em uma operação da Polícia Civil, que investiga fraudes em licitações nas obras da prefeitura de Canela. Eles foram libertados por ordem judicial, após audiência no Fórum.
Na investigação, a polícia descobriu um suposto esquema para fraudar licitações de obras feitas pela prefeitura de Canela. Outro esquema apurado pela polícia indica uma suposta rachadinha, onde eram arrecadados R$ 20 mil por mês de funcionários da administração municipal, que seriam obrigados a repassar ao MDB até 10% dos salários. Em quatro anos, o montante teria chegado a R$ 1 milhão. Durante a operação, foram cumpridas 176 ordens judiciais em seis municípios do RS e duas em Santa Catarina. Foram apreendidos documentos, cartões de bancos, cheques, contrato de gaveta, boletos de pagamento e procurações.
A intenção da polícia é descobrir se há mais desvios e outros envolvidos. Ainda nessa segunda, foram afastados de maneira cautelar o secretário municipal de Turismo, Angelo Sanches Thurler, o subsecretário de Obras, Osmar José Zangalli Bonetti, e Denis Roberto de O. de Souza, funcionário contratado como cargo em comissão na pasta de Obras.
O presidente da Câmara, o secretário de Obras e o interventor do hospital participaram de audiência nessa manhã. Os defensores pediram a revogação da prisão preventiva e que fossem substituídas por aplicação de medidas cautelares, como afastamento das funções públicas. O Ministério Público concordou com os pedidos e o juiz Vancarlo Andre Anacleto concedeu a liberdade.
No termo da audiência, o juiz registrou que, ao determinar a prisão, considerou as provas apresentadas pela polícia que apontam que os três suspeitos têm papel decisivo no comando das ações criminosas investigadas e que a liberdade deles implicava em risco pela influência e cargos que ocupam. Mas, com o cumprimento dos mandados de busca feitos nessa segunda-feira e outras medidas como quebra de sigilo e bloqueio de valores, a necessidade de segregação foi afastada.
A partir de agora, os três responderão em liberdade, mas foram afastados das funções pública, por no mínimo 60 dias, e proibidos de se aproximarem das atividades que envolvem a prefeitura, a Câmara de Vereadores e o hospital. Além disso, não podem manter contatos com as testemunhas. Assumiram o compromisso de comparecer a todos os atos do inquérito e possível ação penal e não podem mudar de endereço ou se ausentar da cidade por mais de cinco dias sem autorização da Justiça.
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