Seguindo provavelmente os mesmos passos do ex-juiz federal Sérgio Moro, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, divulgou, nesta quinta-feira, dia 4, a sua saída definitiva do Ministério Público Federal (MPF) para, ao que tudo indica, tentar ingressar na carreira política. O anúncio foi feito em um vídeo postado nas redes sociais.
Dallagnol deixou o MPF após 18 anos. "Eu tenho várias ideias sobre como posso contribuir e eu serei capaz de avaliar, refletir e orar melhor sobre essas ideias depois de sair do Ministério Público", afirma. A expectativa é de que ele concorra ao cargo de deputado federal nas eleições de 2022.
Lava Jato
Dallagnol já tinha se afastado da coordenação da força-tarefa em setembro de 2020, após seis anos à frente da operação. Na época, ele afirmou que precisaria dedicar mais tempo à filha, que tinha apresentado problemas de saúde.
Em fevereiro de 2021, a força-tarefa "deixou de existir", de acordo com o MPF, e os procuradores da operação passaram a integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Processos disciplinares
Em setembro de 2020, Dallagnol foi punido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por postagens publicadas nas redes sociais contra a candidatura de Renan Calheiros (MDB) à presidência do Senado, em 2019.
Na oportunidade, o conselho entendeu que Deltan cometeu infração disciplinar por suposta tentativa de interferência na disputa. A punição de censura, que atrasa a progressão de carreira dos procuradores, foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2021.