Em sua manifestação na Tribuna da Câmara de Bento Gonçalves, durante a sessão desta segunda-feira, dia 25, o vereador José Gava criticou alguns critérios adotados pela prefeitura na realização de processos seletivos para contratações temporárias. O principal questionamento levantado pelo parlamentar diz respeito à pontuação atribuídas aos anos anteriores de trabalho exercidos pelos candidatos junto ao Poder Público – nestas disputas pelos cargos, há somente a chamada "prova de títulos", que é uma análise do currículo e dos cursos e qualificações apresentados pelos interessados nas vagas.
Como exemplo, Gava citou o edital para a contratação de arquitetos, entretanto, a prática se repete nos outros procedimentos. Inicialmente, ele destacou a pontuação pela experiência profissional na iniciativa privada: dois pontos para o período de seis meses até dois anos; cinco pontos para dois a cinco anos; dez pontos para cinco a dez anos; e 15 pontos acima de dez anos.
Em seguida, fez a comparação com a tabela de pontos voltada à experiência no setor público, que, embora seja mais resumida, estipula uma valorização mais elevada da atuação dos profissionais: três pontos para o período de seis meses até dois anos; e, após isso, cinco pontos por ano.
Essa discrepância foi o que gerou a manifestação contrária do vereador. "Olha, se é legal eu não sei, mas é totalmente imoral. É como dizer, em uma eleição para vereador, que os mais antigos vão arrancar com 800 votos e nós vamos partir do zero. Então, eu quero entender melhor esse formato. Eu acredito que nem o prefeito e nem o vice viram isso aqui, porque é muito desproporcional", afirma.
Gava também disse que não pretende "deixar assim", o que indica que deverá levar os questionamentos à gestão municipal. "Resumindo, para poder ter vez, você tem que trabalhar no setor público. E para trabalhar no setor público tem que fazer como? Ser apadrinhado de alguém. Acho que isso tem que ser revisto. Não acredito que a lei diga que funcione dessa maneira", conclui.
O QUE DIZ A PREFEITURA DE BENTO GONÇALVES
De acordo com o secretário de Administração, Matheus Barbosa, o critério de pontuação visa selecionar os candidatos que melhor atendam as expectativas e tarefas do serviço público. "Por se tratar de uma contratação temporária, quanto mais experiência em setor público tiver o candidato, mais preparado estará para as atividades do poder público, o que otimizará os trabalhos que serão desenvolvidos. O critério de pontuação não é eliminatório. Todas as pontuações são somente classificatórias. Logo, se algum candidato não tiver nenhuma experiência em setor público, não há problema. Constará como candidato, pontuando nos demais itens", ressalta.
Barbosa destaca, ainda, que os processos seletivos têm apresentado um bom número de interessados. "Para os cargos de Analista de Sistemas e Programas, Arquiteto, Engenheiro Civil, Engenheiro Elétrico, Contador, Técnico em Contabilidade e Técnico Tributário, que totalizaram 21 vagas, tivemos 103 inscritos, o que é em média 5 inscritos por vaga. Quanto ao processo seletivo para Assessor Administrativo, em que as inscrições vão até o dia 29/10, com 30 vagas disponíveis, já possui até o momento 32 inscrições efetuadas, número que com certeza irá aumentar até sexta-feira. Por fim, ressaltamos que todos editais são validados juridicamente", conclui.
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