Você já olhou para seu cachorro e teve a impressão de que ele realmente se importa com o que você sente? Um estudo norte-americano descobriu que a capacidade afetiva por trás da ligação entre humanos e cães é fruto de dois genes que também estão presentes em pessoas com a síndrome de Williams-Beuren, também conhecida como "o oposto do autismo".
Realizado por cientistas de diversas instituições, o estudo publicado na revista Science Advances analisou a sociabilidade de 18 cães domésticos e 10 lobos cinzentos criados em cativeiro. O primeiro teste levou os animais a abrirem a tampa de compartimento cujo interior continha uma salsicha. Durante o desafio, os pets demonstraram um olhar ansioso em direção às pessoas, numa tentativa de buscar proximidade e ajuda para abrir a caixa. Já os lobos foram independentes e olharam poucas vezes para os humanos.
Depois, amostras de sangue foram analisadas na tentativa de definir como o DNA se alinhava com as ações. O resultado encontrou dois genes que explicam a grande sociabilidade do cão, os GTF2I e GTF2IRD1, presentes também em pessoas com a síndrome de William-Beuren e ausentes em grande parte dos lobos. Os genes detectados nos cachorros são muito semelhantes – exceto por pequenas diferenças de DNA – aos presentes em pessoas com a síndrome de William-Beuren, cujos portadores são demasiadamente sociáveis, dóceis, extrovertidos, interessados, ansiosos, com contato visual intenso e atraso leve ou moderado no desenvolvimento cognitivo.
A descoberta explica o amor recíproco de cães e porque eles apresentam uma intensa necessidade de buscar contato, o que os torna ainda mais próximos de nós. "Esse é um importante componente que ajudou no processo de domesticação do lobo selvagem até que se tornasse um animal de estimação”, afirmou uma das responsáveis pelo estudo, a professora universitária Bridgett vonHoldt.
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