Alguns alimentos, embora recebam o nome de um produto, têm pouco ou nada deste ingrediente em sua composição. Os exemplos vão desde sucos em pó com 1% da polpa de fruta em sua composição, até as cerejas em calda feitas de chuchu. De acordo com a doutora em ciências dos alimentos e professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Caroline Maria Calliari, os motivos para a substituição nos alimentos sempre são econômicos.
Chocolate com pouco cacau
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), realizada este ano, mostrou que a maioria dos chocolates produzidos no Brasil tem pouco teor de cacau. De acordo com a Anvisa, para o produto ser chamado de chocolate, ele deve conter, no mínimo, 25% de “sólidos totais de cacau”. Vale lembrar que os benefícios para a saúde atribuídos ao chocolate, como baixar a pressão arterial e produzir mais serotonina, estão ligados ao cacau. Logo quanto menor o teor de cacau, menor o benefício.
Suco de água e açúcar
Tanto os sucos de caixinha (chamados de néctar) como os em pó, vendidos em pacotinhos, geram confusão entre os consumidores. Os sucos de caixinha têm alta adição de água e açúcar a uma quantidade pequena de polpa de fruta. Já os sucos em pó, além de terem uma elevada quantidade de açúcar, apresentam apenas 1% de polpa de fruta desidratada em sua composição.
Pão integral com farinha comum
Análise da Proteste realizada no ano passado mostrou que quatro marcas de pão integral possuíam mais farinha tradicional que integral. Além disso foi verificado em várias marcas que a quantidade de fibras indicadas no rótulo dos produtos eram muito menores que as verificadas em laboratório.
Bacalhau que não é bacalhau
Só é considerado bacalhau os peixes das espécies Gadus mohrua (o verdadeiro bacalhau do Porto), Gadus macrocephalus, Gadus ogac.. Espécies chamadas de Ling, Zarbo e Saithe, embora levem a fama em muitos cardápios e peixarias, devem ser comercializadas como peixe salgado ou peixe salgado seco. Normalmente, o preço do bacalhau é duas vezes o do peixe seco salgado.
Kani
O kani presente nos sushis não é feito de carne de siri, a composição do produto é toda ou quase toda de carne de peixe processada e adicionada com aromatizante e um corante que imitam o sabor e a cor do siri. Tanto que em japonês o produto recebe o nome de kani fumi kamaboko (bolo de peixe sabor caranguejo).
Pipoca sabor manteiga
A pipoca oferecida na maioria dos cinemas, embora tenha o cheirinho de manteiga, é feita com óleo de soja. O cheiro de manteiga vem do aromatizante artificial
Cereja em calda
A cereja em calda usada para decorar bolo e pão doce na verdade não tem nada de cereja. Ela é feita a partir de bolinhas de chuchu embebidas em groselha. Muitos vidros de cereja em calda vendidas em supermercados contém cereja em calda mesmo, mas padarias e docerias usam o produto feito de chuchu para baratear os custos. Lembre-se que meio quilo de cereja pode custar cerca de 40 reais, principalmente em lugares com clima tropical. Já meio quilo de chuchu sai por apenas um real.
Pipoca de canjica
Apesar de levar o nome de pipoca, ela não é feita do milho e pipoca comum. A pipoca doce vendida no saquinho cor de rosa é feita a partir do milho de canjica. A espécie Zea mays é diferente da do milho comum. Neste caso o preço da canjica e do milho normal não varia muito.
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