A Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar de Bento Gonçalves atendeu, na tarde desta quarta-feira, dia 22, a mais um chamado relacionado a maus-tratos de animais na cidade. Na ação, dois cachorros foram resgatados pelos policiais em situação degradante, extremamente magros e também machucados, em uma residência na rua Antônio Dalla Colleta, no bairro Ouro Verde.
A denúncia partiu de voluntárias da causa animal que atuam na cidade e acionaram o 3° Pelotão de Policiamento Ambiental. Integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) deram apoio a fiscalização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que também tinha recebido a denúncia de maus tratos de dois animais. Ao chegarem ao local, a guarnição encontrou a tutora em frente à casa, conversando tranquilamente com outras duas amigas. No momento da abordagem, os pets estavam amarrados, sem água e sem comida, situação que acabou resultando em voz de prisão de uma mulher de 53 anos.
Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), o entendimento do delegado de plantão foi de que a situação não configura maus tratos, o que impediu que a mulher fosse conduzida para o Presídio Estadual de Bento Gonçalves. O artigo 32 da lei nº 9.605 (com alteração da lei nº 14.064/2020) prevê reclusão de dois a cinco anos para crimes de maus tratos. De acordo com o delegado titular da DPPA de Bento Gonçalves, Fernando Cruz Alexandre, o laudo do médico veterinário não apontou maus tratos no cachorro da tutora apresentada na delegacia. Outra mulher, de 65 anos, era a tutora do cachorro branco, que apresentava sinais de mauts tratos, porém, não foi presa no local.
Os cachorros estão sendo atendidos em uma clínica veterinária. O primeiro laudo indicou que estão desnutridos, desidratados, com pulga, sarna e febre, além de muitos nós na pelagem. Um deles, o de cor mais clara que aparece nas fotos, está em condições mais delicadas e apresenta, inclusive, sintomas da doença do carrapato. "Ele não conseguia nem se levantar quando chegamos, infelizmente pode não sobreviver", lamenta o sargento Vanius Morais de Souza, comandante do pelotão.
Apesar das dificuldades verificadas no trabalho diário, como um efetivo pequeno, uma grande área de abrangência e a participação reduzida do Poder Público municipal, Morais salienta que, com o novo respaldo legal, este tipo de crime será cada vez mais combatido em Bento Gonçalves. "As coisas estão mudando. Essa primeira prisão de hoje é para deixar isso claro. E esperamos que a comunidade faça a sua parte, denunciando aos órgãos responsáveis para que sejam dados os devidos andamentos a estes casos", completa o sargento.
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