Bento Gonçalves entrou definitivamente na rota do transporte de ultravelocidade no Rio Grande do Sul. O que parecia uma realidade tão distante, agora aparece como um sonho bem possível de ser realizado. Nesta semana, o diretor da HyperloopTT para a América Latina, Ricardo Penzin, esteve na Capital do Vinho para discutir a possível inclusão da cidade na rota que projeta uma viagem entre Caxias do Sul e Porto Alegre em menos de 20 minutos.
O encontro foi organizado pelo Centro de Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG). O presidente da entidade, Rogério Capoani, apresentou os motivos e a importância da inclusão do município no projeto. Penzin conheceu números da economia local e destaques do potencial turístico da cidade, além da estrutura e programação de eventos, que hoje só ficam atrás de Gramado, superando inclusive Caxias do Sul. Este foi um primeiro encontro com a direção da HyperloopTT, porém novas rodadas de negociações podem acontecer posteriormente.
A distância de Bento Gonçalves em relação a Porto Alegre seria a mesma de Gramado, e o tempo de viagem até a capital seria de apenas 11 minutos. Porém, exigiria a construção de um novo tronco de transporte passando pela Capital do Vinho. O custo total avaliado para a implementação do hyperloop, consideradas as características geográficas da região e os custos de operação e impostos pelos próximos 30 anos, será de US$ 7,71 bilhões. Pelos cálculos realizados, o valor investido deverá ser compensado nos primeiros cinco anos de funcionamento de operação do transporte. A receita prevista virá da tarifa paga pelos passageiros (52%), de empreendimentos realizados (35%), da locação de lojas nas estações (2%), da publicidade (2%) e do transporte de cargas (1%).
Projeto não envolve dinheiro público
Como o projeto não terá subsídios governamentais, a expectativa para a empresa que realizar o projeto é de retorno total do investimento e lucratividade a partir de 14 anos de operação. Ainda segundo as estimativas, em 30 anos haverá uma redução de R$ 2,3 bilhões no custo operacional do sistema.
O trajeto estudado começa no aeroporto de Porto Alegre e termina em Caxias do Sul, polo industrial que é a segunda cidade mais populosa do estado, contando com estações também em Novo Hamburgo, localizada na Região Metropolitana, e Gramado, polo turístico da Serra Gaúcha. Com 129 quilômetros, esse caminho é percorrido em cerca de 1h50 de carro e, com a tecnologia, a rota completa teria 135,7 quilômetros, tempo de viagem de 19 minutos 45 segundos e uma velocidade máxima de 835 quilômetros por hora. Saindo de Porto Alegre, a tarifa média proposta no estudo é de R$ 30 até Novo Hamburgo, R$ 105 até Gramado e R$ 115 até Caxias do Sul.
Caso Bento Gonçalves seja inclusa no trajeto do transporte de ultravelocidade, a previsão de viagem até a capital é de apenas 11 minutos e 20 segundos. Participaram da reunião com Ricardo Penzin, além do presidente do CIC-BG, Rogério Capoani; o presidente da CICSSERRA, Elton Paulo Gialdi; o presidente do Bento + 20, Milton Milan, e seu vice, Adelgides Stefenon; a presidente do Bento e Região Convention Visitors Bureau, Gabrielle Signor Rodrigues; o presidente do SIMMME, Juarez José Piva; o presidente da Fundaparque, Edson Pelicioli, o coordenador do comitê da 17ª Fenavinho, Roberto Cainelli Júnior e o diretor do SEGH, Marcos Giordani. Pelo poder público, estiveram o secretário-geral de governo, Henrique Nuncio, o secretário de Turismo, Rodrigo Ferri Parisotto, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Milena Bassani, e o presidente da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves, Rafael Pasqualotto.
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