Depois do crime bárbaro cometido por Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, que matou o próprio filho Miguel, de 7 anos, e jogou no Rio Tramandaí, no município de Imbé, um outro crime parecido foi descoberto na cidade de Canoas. Após uma denúncia anônima, a Polícia Civil prendeu uma mulher e o namorado dela na manhã desta quarta-feira, 18. Eles são acusados de torturarem o filho dela, de apenas 6 anos. Felizmente, o menino foi resgatado com vida.
De acordo com a Polícia Civil, o crime vinha ocorrendo há vários dias e foi descoberto graças ao recebimento de uma denúncia anônima feita ao Conselho Tutelar de Canoas. A mãe do menino, que não teve a identificação divulgada, é acusada de torturar o menino e o deixar trancado amarrado a uma cama. Além disso, ela estaria provocando queimaduras na criança.
A Polícia Civil realizou na manhã desta quarta-feira, 18, a Operação Poena para elucidar o caso. Além da mãe da criança, o namorado dela também foi presa. Medicamentos e roupas foram apreendidos. Os agentes obtiveram o que consideram provas da tortura, como fotografias da criança amarrada à cama. Também ouviram o depoimento da própria vítima, que revela ter tido as mãos queimadas no fogão e ter permanecido por longas horas presa na cama, sem sequer poder ir ao banheiro.
A mulher, de 28 anos, foi presa em casa, em Canoas, enquanto o namorado dela, de 24 anos, foi preso em Campo Bom, no Vale do Sinos. Em depoimento, os dois apresentaram versões opostas para os fatos. Por isso, segundo a polícia, serão novamente ouvidos para esclarecimento dos fatos. O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana de Canoas, delegado Mario Souza, afirma que "foi evitada uma possível tragédia": "A criança corria risco de morte. As pessoas devem denunciar para que outras crianças sejam retiradas de situações terríveis como essa. É algo terrível", diz Souza, que recorda o caso do menino Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, cuja mãe confessou ter matado e atirado no Rio Tramandaí, em Imbé.
A mulher e o menino moravam na casa onde o crime ocorreu havia seis meses, enquanto há três ela namorava com o homem. A polícia acredita que há pelo menos três meses o garoto vinha sendo submetido a torturas.
Em troca de mensagens com o namorado, a mulher chegou a planejar uma forma de abandonar a criança. "Vou levar ele no hospital e dizer que está mal, com diarreia e vômito. Aí ele vai ficar para fazer soro, vou dizer que vou na rua comprar algo para comer e vou abandonar ele lá", escreveu.
Após a investigação, o menino foi retirado da convivência dos presos e enviado para a casa de familiares. Os nomes dos presos não estão sendo divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para preservar a identidade da vítima.
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