O desaparecimento de Daniele dos Santos Camargo, de 23 anos, completa 10 dias neste sábado, 14, e a Polícia Civil praticamente descartou alguma possibilidade de encontrá-la com vida. O Corpo de Bombeiros encerrou as buscas com cães farejadores em estradas vicinais de Serafina Corrêa. Bombeiros de três cidades com cães especializados procuraram pela vítima no Morro do Cristo, ponto turístico que fica a cerca de dois quilômetros do centro da cidade, próximo da ERS-129. Um homem de 40 anos, que é ex-companheiro da vítima, foi preso temporariamente, acusado de ter dado sumiço no corpo da jovem.
Conforme o delegado Tiago Lopes de Albuquerque, titular em Guaporé e substituto em Serafina Corrêa, inicialmente, o investigado negou contato com Daniele. Confrontado com as filmagens, ele mudou a versão. O suspeito aparece em imagens próximo à residência da vítima. Na última imagem em que Daniele é vista, ela aparece embarcando no Fiesta do suspeito. Depois, o veículo é visto indo e voltando na direção do Morro do Cristo, o que justifica as buscas policiais no local. "A partir das imagens, ele admite que esteve com ela e que conversaram sobre o relacionamento, sobre retomar ou não. Alega que a conversa aconteceu naquela direção (Morro do Cristo), mas que teria deixado a vítima nas proximidades da residência. Essa é a versão dele", relatou o delegado.
O delegado destacou que mesmo sem os cães farejadores dos bombeiros, os trabalhos de buscas seguem. Uma nova linha do tempo foi traçada e novas rotas em localidades do interior de Serafina Corrêa serão vasculhados. A cada dia que passa, a hipótese de feminicídio é mais forte. "Não há outra motivação que nos leve para um pensamento diferente. Uma das hipóteses que estamos levantando é de que o ex-companheiro possa ter premeditado este crime", destacou o delegado.
Quando a jovem foi vista pela última vez?
Daniele trabalhava no período noturno em uma indústria alimentícia. Após terminar o expediente, na última quarta-feira (4), a jovem foi a uma academia e depois encontrou uma amiga em uma padaria. Ela deixou o local pouco depois das 7h30min e caminhou em direção da casa onde morava com os pais e a irmã. Daniele nunca chegou na moradia da família.
Por que o ex-companheiro é o suspeito?
Imagens de câmeras de monitoramento mostram Daniele embarcando, de forma espontânea, no carro do ex-companheiro. Segundo a Polícia Civil, o homem de 40 anos esperou por cerca de 40 minutos até a chegada da jovem. Na sequência, o automóvel é flagrado por outras câmeras indo e voltando da localidade de Morro do Cristo.
À Polícia Civil, o homem negou ter encontrado Daniele no dia do desaparecimento. Confrontado com as imagens, ele mudou a versão e admitiu uma conversa. Ele disse que deixou a jovem próximo de sua residência, mas os investigadores não encontraram uma imagem que pudesse confirmar esta alegação. O ex-companheiro foi preso temporariamente na noite de sexta-feira (6).
Segundo a Polícia Civil, Daniele e o investigado tiveram um relacionamento por mais de um ano. Eles chegaram a morar juntos por um período, mas já estavam separados. Segundo o delegado Alburquerque, a família fala em dois meses do rompimento, mas as conversações apontam para pouco mais de um mês. A maioria das mensagens era do homem tentando retomar o relacionamento.
A família também relata que o homem já teria agredido Daniele, contudo este fato não foi relatado à polícia na época. Nos depoimentos, o suspeito foi descrito como controlador e ciumento.
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