Nenhuma mulher gosta de acordar e ver no espelho aquela espinha enorme no meio do rosto, não é mesmo? Isso são sinais da Acne da Mulher Adulta (AMA), que se caracteriza por ser um quadro de acne presente a partir de 25 anos. Pode iniciar-se na adolescência e persistir até a idade adulta ou surgir nesta última fase. É uma dermatose crônica, com períodos de exacerbação e melhora. A dermatologista Flávia Casagrande explica as causas mais comuns para a persistência de espinhas e cravos e dá dicas de como prevenir e tratar.
De acordo com a doutora Flávia, as lesões são predominantemente inflamatórias e localizadas preferencialmente no mento e pescoço. As causas ainda não foram completamente elucidadas. A alteração hormonal ( hiperandrogenismo no sexo feminino) é a principal causa associada a acne nessa faixa etária. Pode estar associada a seborreia (produção aumentada de sebo), queda de cabelo, hirsutismo (presença de pelos em regiões incomuns na mulher), alterações menstruais, disfunção ovulatória, com infertilidade, síndrome metabólica, disfunção psicológica e virilização. Ela alerta que pode haver relação com outros fatores, como hereditariedade (67% dos casos tem história familiar de acne), estresse, exposição ultravioleta, obesidade, alimentação, tabagismo e presença de doenças endócrinas associadas.
A dermatologista explica que das mulheres com síndrome dos ovários policísticos, principal causa de hiperandrogenismo, 70% apresentam acne. Contudo, na maioria dos casos de AMA não há uma doença endócrina associada. A causa mais comum está associada a uma resposta alterada dos receptores androgênicos cutâneos às mudanças hormonais (do ciclo menstrual, fisiológicas). Há aumento de lesões de acne em até 60-70% das mulheres, sobretudo no período pré-menstrual. Embora não haja uma doença de base, o quadro gera grande desconforto para a paciente, não somente pela aparência das lesões ativas, mas também pelo caráter crônico e pela ocorrência de cicatrizes.
Embora não haja uma associação clara do uso de cosméticos na causa da AMA, o uso de cosméticos que provocam acne, assim como as drogas, parece ser um fator relevante no agravamento da acne na mulher após os 25 anos. Por ser uma prática frequente, a automedicação pode agravar a acne, além de frequentemente não obter a melhora esperada. Apesar do tratamento não diferir significativamente da acne do adolescente, considera-se a efetividade da associação de drogas sistêmicas como anticoncepcionais e antibióticos, e a isotretinoína reservada aos casos mais resistentes.
Onde consultar:
Consultório da dermatologista Flávia Casagrande
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