Desativada em 2015, após o fim do contrato com o maestro que a regia, a Banda Marcial Municipal de Bento Gonçalves ainda traz muita saudade para quem acompanhava suas apresentações ou participava do grupo. É o caso de Jonatan Maia Hilário, que por praticamente dez anos tocou bumbo no conjunto e, desde a paralisação dos trabalhos, tem buscado respostas sobre uma possível retomada.
No ano que em que a Banda deixou de atuar, viu-se envolta em uma polêmica com a própria Secretaria de Cultura e, principalmente com o então secretário Jovino Nolasco (que faleceu em 2018). Na época, os integrantes reclamavam que, desde a mudança de governo, ainda em 2013 – quando Guilherme Pasin substituiu Roberto Lunelli na prefeitura –, o número de participações em eventos havia caído drasticamente, prejudicando o desenvolvimento da atividade.
Antes disso, entretanto, Jonatan recorda que a presença do grupo, que chegou a ter cerca de 20 componentes, era mais constante, tanto no município como fora. "Nós íamos para festivais de bandas, participávamos de eventos também em outras cidades. Levávamos o nome da Banda Marcial e, principalmente, de Bento Gonçalves. Agora, os instrumentos e os uniformes estão todos lá guardados na Casa das Artes. Bento perdeu muito com isso", lamenta.
Mais do que poder voltar a tocar, ele ressalta que gostaria de ver outras pessoas ingressando na Banda, renovando sua formação e garantindo sua manutenção. "Teria que começar um projeto novo, com as escolas, convidar os jovens. Para mim sempre foi muito bom poder participar", destaca.
O que diz a Secult
Contatada pela reportagem do NB Notícias, a Secretaria de Cultura de Bento Gonçalves (Secult) garante que há interesse em reativar a Banda Marcial. "A Secretaria de Cultura inclusive, no ano de 2018, abriu processo licitatório para contratação de maestro, todavia a licitação resultou deserta, com o não comparecimento de profissionais ao certame. Neste ano de 2021, em fevereiro, solicitamos novos orçamentos para embasar a abertura de nova licitação, porém, por conta do agravamento da pandemia, o processo não foi aberto, devendo ser retomado ainda este ano, uma vez que as regras de distanciamento controlado agora permitem a realização da atividade", afirma o secretário Evandro Soares.
Depois do primeiro passo para a volta, que é justamente a contratação de um maestro, o Poder Público bento-gonçalvense definirá como se dará a seleção dos novos membros. "Provavelmente, a comunidade escolar deverá ser envolvida", completa.
Sobre os instrumentos e uniformes, Soares aponta que os materiais seguem guardados na Secult e que, de uma forma geral, ainda encontram-se em bom estado de conservação. "Os instrumentos estão em condições de uso, assim como os uniformes, todavia não se descarta que seja necessário alguma manutenção, que deverá ser realizada a partir da análise e necessidade apresentada pelo profissional que deverá estar à frente da condução do grupo", conclui o secretário.
>>> Jonatan, à esquerda, na linha de frente, afirma que gostaria de ver a Banda renovada, com o convite aos jovens da rede pública escolar
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