Bruno Braz Parisotto, de 39 anos, autor do crime que chocou Garibaldi ao matar seu próprio filho, de apenas 2 anos na madrugada de 3 dezembro de 2020, foi considerado inimputável perante à justiça (pessoa que será isenta de pena em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado que, ao tempo da ação ou omissão, não era capaz de entender o caráter ilícito do fato por ele praticado ou de determinar-se de acordo com esse entendimento). O laudo foi feito por um psiquiatra forense e impede que ele seja levado a julgamento pelo crime cometido contra o menino Rafael.
De acordo com informações obtidas com exclusividade pelo NB Notícias, Bruno Parisotto está internado no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre. O laudo atestando as condições dele foram feitas pelo médico psiquiatra Hélvio Carpim Correa. Segundo o médico, Parisotto é portador de uma doença mental que deve ser caracterizada como uma patologia capaz de provocar feridas profundas no teste de realidade, como ocorreu no momento em que ele cometeu o crime. "Diante do exposto, deve-se entender que há nexo causal entre a sua doença mental e o delito cometido, devendo ser considerado totalmente inimputável para a ação delituosa", diagnosticou o profissional.
O laudo médico foi dado antes mesmo da audiência de instrução, realizada na semana passada de forma on-line. Parisotto está no IPF desde que foi preso pela morte de seu filho. A remoção ao IPF se deu logo após Parisotto ter tentado agredir cinco agentes penitenciários. Ele entrou em surto e partiu para cima dos agentes de segurança, sendo contido por meio do uso moderado da força. Na oportunidade, o juiz de ofício alegou incidente de insanidade mental, ordenando sua remoção para o instituto psiquiátrico em Porto Alegre.
O crime
O menino Rafael Parisotto, de apenas 2 anos, foi morto por volta das 3h, na casa de Bruno, na Rua Angelo Breda, no bairro Integração, em Garibaldi. Na oportunidade, vizinho perceberam que Bruno estava andando sem roupas pelo bairro e chamaram a polícia e uma ambulância. Após ele ter sido levado ao hospital, um vizinho, o irmão de Bruno e a cunhada dele e encontraram o menino Rafael já sem vida na cozinha da casa. Ele levou uma facada na região do abdômen e foi estrangulado com uma sacola plástica.
Posteriormente, o delegado da Polícia Civil, Clóvis Rodrigues, indiciou o pai pela morte do filho e remeteu o inquérito à justiça. Por mais de seis meses, nenhuma palavra foi dita por Bruno. Na audiência de instrução, Bruno Parisotto revelou que não se lembrava do que tinha acontecido. O mesmo disseram o irmão e a cunhada dele.
De acordo com o advogado de Juliana Correa da Silva, mãe do menino Rafael, Luiz Carlos Tibúrcio da Silva Junior, a sentença judicial deve ser anunciada no prazo de até dois meses. Com o laudo de inimputabilidade, o advogado acredita que Bruno Parisotto permanecerá internado no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF). Apesar dessa decisão já estar definida, o advogado de Juliana não está satisfeito. Ele considera estranho a família inteira de Bruno não se lembrar o que aconteceu entre às 19h e 3h, horário em que Rafael foi morto. Segundo o advogado, Bruno Parisotto estava agindo de forma estranha ao longo de todo o dia e, mesmo assim, não foi feito nenhum movimento pela família dele para salvar a vida do menino Rafael. "Por volta do meio-dia, antes do crime, o irmão e a esposa perseguiram Bruno Parisotto pelas ruas da cidade, mas não conseguiram encontrá-lo. Há mais coisas que aconteceram antes do crime que precisamos saber", destacou o advogado.
O advogado destaca alguns fatos que colocam em xeque os motivos do porque a família de Bruno Parisotto não fez nada para salvar a vida do menino Rafael. O advogado questiona que, em primeiro lugar, no dia do assassinato, a família passou o dia todo procurando por Bruno. Além disso, nenhum familiar paterno informou a mãe Juliana sobre o surto que Bruno teria tido ao longo do dia. Apesar das inúmeras ligações feitas pela mãe do menino para o irmão de Bruno, o mesmo, a partir das 19h, disse em depoimento não se recordar do conteúdo da conversa que teve com Juliana. Outro fato a ser considerado é que, apesar de chamar a polícia diante do surto do irmão, ele não informou aos policiais sobre o menino Rafael estar na residência. O menor foi descoberto por um vizinho após a condução de Bruno para um hospital.
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