De acordo com a Rio Grande Energia (RGE), responsável pela distribuição de energia elétrica em Bento Gonçalves, pelo menos 70% dos problemas verificados na oferta do serviço no município, como cortes no fornecimento, ocorrem por problemas com a vegetação que toca os fios da rede. Essa foi a principal justificativa apresentada pela consultora Laise Grzebieluckas, que representou a empresa na Tribuna da Câmara de Vereadores, durante a Sessão desta segunda-feira, dia 26.
A situação, segundo Laise, se verifica tanto na zona urbana, com as árvores que estão junto aos passeios públicos, quanto nas margens de rodovias que levam às localidades do interior, com plantas que estão sob ou próximas à fiação. No entanto, as intervenções realizadas pela companhia são temporárias, o que significa que, alguns meses depois, é necessário voltar ao local para uma nova poda. "Quando a RGE é acionada, o que nós fazemos é apenas a eliminação do risco, que é o que está previsto na legislação", explica.
Nesse sentido, a consultora pediu apoio à Câmara para estudar possíveis mudanças na legislação que possam, por exemplo, facilitar a remoção de alguma planta que possa estar causando risco e transtornos à transmissão. Laíse também destacou que é importante, por parte da prefeitura – além de garantir a manutenção das podas nos bairros –, ampliar a orientação e fiscalização do plantio de novas árvores e do manejo das existentes embaixo ou nos arredores da rede, justamente para reduzir, gradativamente, estas ocorrências e até mesmo o deslocamento de funcionários. Em 2020, foram promovidos 127 quilômetros de podas em Bento, conforme dados apresentados. "Nós poderíamos destinar essas equipes para fazer outras coisas", considera.
No meio rural, a alternativa apontada seria respeitar, no mínimo, a faixa de 7,5 metros de cada lado da pista, o que, segundo a representante da RGE, reduziria significativamente os problemas. A Casa se colocou à disposição para discutir o tema de forma mais profunda, inclusive com o recebimento de minutas de projetos aplicados em outros municípios e que terão sua viabilidade local analisada.
Mais cobranças
Mas o argumento de que a maioria dos problemas é causado pela vegetação não foi plenamente aceita pelos parlamentares. Os vereadores também cobraram a melhoria da estrutura de fornecimento de energia elétrica para as famílias do interior, principalmente pelo fato de que, nos dias de hoje, muitas propriedades também se tornaram empreendimentos de agricultura familir e demandam um abastecimento mais robusto.
De uma forma geral, Laíse ressaltou que, com relação a esse assunto, os consumidores devem se reunir e apresentar solicitações para a empresa, para que os casos sejam avaliados. Ela pediu aos vereadores, inclusive, que ajudem a identificar pontos em que os moradores informam haver constantes interrupções no fornecimento – nestes locais mais críticos, poderão ser instalados, pelo período de sete dias, aparelhos que registram as oscilações da rede e apontam a necessidade de providências por parte da RGE. Outra queixa de vários vereadores foi com relação às dificuldades de atendimento e de obtenção de informações por parte de clientes junto à empresa.
No que diz respeito à substituição de postes, que também foi uma cobrança levantada, a consultora disse que 76% dos postes de Bento, atualmente, são de concreto. Nos demais casos, ela garante que a RGE tem vistoriado constantemente a condição de cada poste mais antigo. "Se o poste é de madeira, não quer dizer necessariamente que é um poste ruim, que precisa ser substituído. Mesmo assim, é uma decisão da empresa de fazer a troca", acrescenta.
Quando confrontada com a informação de que o Procon de Bento Gonçalves teria recebido 360 reclamações sobre o serviço prestado pela RGE, Laíse rebateu afirmando que, deste montante, apenas 40 eram procedentes. "Infelizmente, muitas reclamações acontecem porque o nosso atendimento, no entendimento do cliente, não foi satisfatório", pondera.
Mín. 13° Máx. 29°