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Equipes encontram segundo corpo sob escombros do prédio da SSP, em Porto Alegre

Com mais de 30 anos de serviço, o segundo-sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós já tinha condições de se aposentar e estava de folga no dia do incêndio

22/07/2021 às 08h12
Por: Marcelo Dargelio Fonte: SSP
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(Divulgação SSP e Bombeiros)
(Divulgação SSP e Bombeiros)

Quatro horas depois de encontrar, nesta quarta-feira, dia 21, o corpo do primeiro-tenente Deroci de Almeida da Costa, um dos bombeiros desaparecidos após o incêndio do prédio-sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP) há uma semana, as equipes de busca, resgate e salvamento do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS) localizaram o segundo bombeiro desaparecido. 

O segundo-sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós foi encontrado por volta das 22h30, a quatro metros do local onde estava o tenente Almeida, localizado pelas equipes por volta das 18h30. Ambos foram encontrados no térreo do edifício, próximos à entrada do Departamento de Comando e Controle Integrado (DDCI), sob os escombros. 

“Mais uma vez, ressalto que esses bombeiros cumpriram ao extremo seu juramento de colocar sua vida em risco para salvar outras vidas. E, seguramente, salvaram muitas vidas, da sua própria guarnição, que estavam fazendo o combate ao incêndio, garantindo que ninguém ficasse para trás, assim como os 115 homens e mulheres que também cumpriram seu juramento de não deixar ninguém para trás e se mantiveram até agora em busca dos colegas desaparecidos”, reforçou o governador Eduardo Leite, em coletiva de imprensa concedida em frente ao prédio da SSP, na madrugada desta quinta-feira (22/7).  

Para chegar ao local do corpo, as equipes do CBMRS realizaram a remoção de escombros e a abertura de acessos na área. Assim, foi possível chegar ao centro do edifício. Os chamados binômios (dupla homem e cão) deram indicações mais precisas quanto à localização em um acumulado de escombros de cerca de seis metros. As equipes de Busca e Salvamento e de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (Brec) seguiram com a remoção das estruturas dos pavimentos desabados até a localização dos corpos. 

Com mais de 30 anos de serviço, o segundo-sargento Munhós já tinha condições de se aposentar e estava de folga no dia do incêndio. “Ele seguia conosco porque realmente gostava do que fazia, saiu de casa assim que soube da ocorrência. Veio de Viamão para Porto Alegre para ajudar seus companheiros que estavam servindo naquela noite. E estava ajudando o oficial tenente Almeida, que era o responsável inicialmente por toda atividade operacional de combate ao fogo”, detalhou o comandante-geral do CBMRS, César Eduardo Bonfanti. 

O corpo já foi encaminhado ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) para a devida identificação e liberação. Paralelamente, o governo do Estado dará todo suporte às famílias para que rapidamente sejam encaminhadas as honras e os tributos justos ao tenente Almeida e ao sargento Munhós.

“Há exatamente uma semana, estávamos aqui conversando com vocês, na primeira conversa após essa tragédia, e esse processo de busca se finaliza hoje, graças ao empenho e a dedicação de todos que seguiram trabalhando 24 horas por dia. Encerra-se, portanto, essa etapa e, nesta quinta, haverá desmobilização total da área. Passaremos então ao segundo momento, a busca mais rápida possível pela demolição total do prédio que já está condenado pela área técnica”, detalhou o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, durante a entrevista coletiva.  

Desde o início dos trabalhos de combate ao incêndio no prédio, na noite de 14 de julho, o CBMRS organizou uma estrutura operacional completa para viabilizar o trabalho ininterrupto de combate ao fogo e resfriamento da área. Tão logo foi verificada a ausência de dois bombeiros militares que atuavam na ação, também foi mobilizada toda a capacidade de busca e resgate aos desaparecidos. Os trabalhos ocorreram ininterruptamente, dia e noite, em busca dos dois bombeiros. 

No pátio da SSP, houve alocação de todo o efetivo e equipamentos necessários à operação de resgate dos agentes desaparecidos. Nesta quarta, 115 pessoas, entre bombeiros militares e técnicos, estavam atuando nas buscas e no trabalho de remoção de escombros para ampliar os acessos ao prédio.

O 2º Sargento Munhós entrou na Brigada Militar/Corpo de Bombeiros em 27/04/1990 e, atualmente, servia no Quartel Central do Corpo de Bombeiros, na Divisão de Logística e Patrimônio, tendo 31 anos de serviço na Corporação. Atuou por 29 anos no 1º Batalhão de Bombeiros Militar da Capital gaúcha. Casado, 51 anos, morador de Viamão, deixa uma filha.

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