O novo manda-chuva do Clube Esportivo

Infelizmente, mais uma vez, tenho que fazer uma coluna especial falando de Esportivo. Peço perdão ao setorista Kevin Sganzerla, mas alguém precisa fazer a pergunta: O que querem fazer com o nosso amado Clube Esportivo? A atual direção praticamente abandonou o clube e deu carta branca para o gerente de futebol, Luis Fernando Hannecker, fazer o que bem quiser no Alviazul. Depois de liderar a derrocada do time rumo à Segunda Divisão, depois de ter sido Campeão do Interior em 2020, Luis Fernando entra em ação novamente. Agora, metendo a mão, de forma equivocada, na base do Esportivo. Demitir Márcio Ebert, que já demonstrou há vários anos ter um feeling para revelar jogadores nas categorias de base, foi a gota d'água de uma demonstração de amadorismo do atual gerente do Esportivo. E, para piorar, ele passa a administrar a base, assim como o profissional, ao lado de Gustavo Pozza. Após a saída de Márcio, outros profissionais também pediram desligamento do clube. Alguns jogadores da categoria de base também estão pensando em sair, revoltados com a decisão do polêmico gerente.

Decisões políticas para se manter no cargo

Mesmo com um trabalho pífio realizado em seu cargo na disputa do Gauchão, Luis Fernando Hannecker seguiu muito prestigiado pela diretoria do Esportivo e, agora, começa a tirar de cena quem não lê a sua cartilha. Pelo visto está fazendo de tudo para se manter no cargo, pelo menos até a realização das próximas eleições. Márcio Ebert já estava com seus dias contados no Esportivo há pelo menos dois meses. O gerente do futebol chegou, em alguns momentos, a tentar boicotar o trabalho do treinador, convocando jovens da base "para realizar treinamentos físicos juntos com os profissionais", a fim de enfraquecer o time e demonstrar a fragilidade de Ebert, que, na épica, não aceitou e manteve os atletas no grupo. O gerente teve que engolir uma vitória sobre o Juventude, que tem uma estrutura infinitamente melhor que a do Esportivo, e viu o clube chegar às finais da competição da Copa Água de Pedra. Mesmo com o belo trabalho realizado, Márcio Ebert era considerado uma pedra no sapato de Luiz Fernando que, com a saída de Ebert, tem o caminho livre para coordenar as categorias de base, mas que pode provocar uma derrocada definitiva no Esportivo também neste setor, assim  como fez no profissional.

Fuga de Bento Gonçalves e dinheiro sobrando para viagens

A direção do Esportivo está em silêncio. Ninguém fala nada sobre a demissão de Márcio Ebert. A Torcida Fúria Alviazul ficou literalmente enfurecida e emitiu uma nota em suas redes sociais pedindo a saída do gerente Luis Fernando. Torcedores já pedem o retorno do ex-presidente Anderson Zanella para reorganizar o clube. Para não ter que encarar protestos, estrategicamente o time e seu gerente viajam nesta quarta-feira para Joinvile, sendo que o jogo é somente no sábado, 24. Só para exemplificar, o Joinville viajou na quinta-feira, 15, para jogar no sábado, 17, aqui em Bento. 

Santo de casa segue não fazendo milagre

Infelizmente, em alguns setores de Bento Gonçalves e também no Clube Esportivo, o santo de casa, por melhor que seja, não faz milagre. Márcio Ebert tem um futuro promissor, foi estudar o futebol e auxiliou muito o clube nos últimos anos. Porém, o gerente Luis Fernando Hannecker, que está levando o clube para um caminho perigoso, parece estar sendo endeusado pela diretoria, já que "quebra o galho" dos diretores resolvendo tudo no lugar deles. Mas, quero dizer, que a conta desta incompetência está chegando e será cobrada muito antes do que alguns pensam. Vou torcer que eles tenham o mínimo de coerência e não destruam um trabalho muito bem feito de recuperação das categorias de base do clube, já que podem surfar na onda de projetos muito bem elaborados por Márcio Ebert e sua equipe, como um modelo de jogo padrão para todas as categorias de base, abordando novas metodologias e um conceito moderno de jogo. Talvez tenha alguém querendo ser o "pai da criança" nessa história.