Você conhece alguém ou é a pessoa que se irrita com determinados sons, por exemplo com o som de uma maçã sendo mastigada? Então, o que vamos falar aqui pode ajudar. Essa irritabilidade com determinados sons é chamada de misofonia. Alguns dos sons mais relatados por quem sofre do problema são latidos, barulho de mastigação e respiração ou digitação de teclado.
A misofonia se trata de uma sensibilidade seletiva a sons, ou seja, não existe um problema auditivo em si. É na verdade uma percepção alterada que a pessoa desenvolve a respeito destes sons.
Nesse mecanismo, toda vez que a pessoa ouve o som, é acionada uma estrutura cerebral (ínsula) ligada a emoções, que por sua vez desencadeia uma reação emocional que pode ser desde uma leve irritabilidade a uma crise intensa, semelhante a uma crise de pânico.
Nestes casos, a pessoa se sente sem controle da situação, e o organismo apresenta taquicardia e tremores. Com o tempo, o estímulo visual, como visualizar outra pessoa pegando uma maçã para comer, pode desencadear a crise antes mesmo de o som ser gerado.
O fenômeno em geral começa na infância ou adolescência, e pode estar associado com distúrbios psiquiátricos como ansiedade e transtorno do pânico. A evolução é variável, dependendo muito do equilíbrio emocional da pessoa e de apoio das pessoas mais próximas.
Como tratar a misofonia?
Se estes sons levam a um desconforto que começa a afetar sua vida, procure ajuda de um profissional. Os primeiros passos que um médico otorrinolaringologista irá tomar são uma boa avaliação, incluindo exame físico, e um exame audiométrico para excluir doenças dos ouvidos como a perda auditiva.
Afastando outros problemas, pode-se partir para o tratamento. O principal foco do tratamento é atingir os fatores comportamentais que fazem a pessoa associar o som a algo ameaçador. A terapia cognitivo-comportamental tem apresentado grandes benefícios nestes pacientes.
De uma perspectiva mais global sobre a vida da pessoa, o estilo de vida também merece atenção. Fatores como boa alimentação, prática regular de exercícios físicos, técnicas de relaxamento como yogayoga e meditação, e bons horários de sono sem dúvida influenciam positivamente as pessoas que sofrem deste problema.
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