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Bento-gonçalvense está próximo de alcançar vaga ao Mundial de Fossa Olímpica

Na primeira seletiva, Igor De Dea Mera obteve um ótimo desempenho nas provas e finalizou no lugar mais alto do pódio.

06/07/2021 às 21h03 Atualizada em 07/07/2021 às 16h09
Por: Kevin Sganzerla Fonte: NB Notícias
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Foto: Kévin Sganzerla
Foto: Kévin Sganzerla

O sonho do bento-gonçalvense Igor Dea Mera, de 17 anos, em representar o país em uma competição de nível Mundial na Fossa Olímpica (tiro ao prato) está muito próximo de se tornar realidade. No mês anterior, o atleta conquistou o lugar mais alto do pódio na primeira seletiva, em Belo Horizonte. Agora, Igor foca os seus treinamentos para repetir o desempenho para alcançar novamente o pódio e garantir o seu passaporte para a competição Mundial Júnior 2021, que ocorre em setembro, em Lima, no Peru. 

O jovem atleta, que atua na modalidade desde 2019, com diversas conquistas estaduais e nacionais conquistadas ao longo de sua trajetória, obteve um ótimo desempenho na primeira seletiva. Dos 125 pratos, somando as duas provas, Igor acertou 113, conquistando o 1º lugar do pódio. 

A segunda seletiva será realizada no dia 13 de agosto, em São Paulo. “Tem muito a se fazer ainda, porque são duas etapas. Em São Paulo, se eu conseguir fazer o resultado que me deixe entre os três primeiros lugares, terei a minha vaga para o Mundial”, explica. 

Paixão de pai para filho

Igor começou a praticar tiro esportivo com apenas 13 anos de idade, quando seu pai, Ari Vieira Mera, efetuou a documentação de alvará jurídico. “Quando meu pai começou a praticar, eu acompanhava ele, só que eu era muito pequeno. Sempre estava junto com ele no clube vendo-o atirar, mas eu não tinha capacidade física ainda. Com 13 anos atirei pela primeira vez, e depois o cheiro da pólvora me contaminou”, relata o jovem bento-gonçalvense. 

Aos poucos, Igor foi competindo em campeonatos estaduais e nacionais, obtendo resultados expressivos, primeiro no Trap Americano, modalidade não olímpica de tiro ao prato, e posteriormente na Fossa Olímpica. Igor empilha conquistas do Campeonato Gaúcho e do Campeonato Brasileiro na categoria Júnior. Além disso, também conta com experiência internacional, quando atirou nos Estados Unidos em um dos maiores eventos de tiro esportivo do mundo.

O seu pai gostava de se aventurar nas temporadas de caça, e conheceu o tiro esportivo em 2012. Desde então, Ari não largou mais a espingarda e auxilia o seu filho nos treinamentos diários.  

Para Ari, a satisfação em ver o seu filho seguir a mesma paixão é indescritível. “É muita alegria e emoção. O melhor de tudo é ter o filho da gente participando de um evento, acompanhando-o nessa parceria de pai para filho que temos, e que motiva mais ainda. Para mim é muito gratificando vê-lo competindo, não tem explicação. Sinto-me muito feliz vendo onde que ele chegou até hoje e sabendo da vontade que ele tem em crescer ainda mais”, relata o pai de Igor. 

Treinamentos com atleta olímpico 

O jovem bento-gonçalvense é treinado pelo atleta olímpico gaúcho Roberto Schmits, que pratica a modalidade de Fossa Olímpica desde 1999, integrando a Seleção Brasileira em diversas competições. Com a experiência em pan-americanos, Mundiais e em Olimpíada, quando representou o Brasil em 2016, Roberto agora auxiliar jovens atletas a alcançar o mesmo patamar. 

“Ele já viajou pra mais de cinquenta países, já atirou Olimpíada, já foi medalhista em dois pan-americanos. O que ele tem pra me ensinar é surreal. Cada dia eu me surpreendo mais com o conhecimento que ele tem e eu fico muito feliz dele de tê-lo ao meu lado. E com certeza ele é uma das pessoas que me inspiram a tirar”, pondera Igor.

O sonho de representar o país em uma Olimpíada

O primeiro objetivo traçado na Fossa Olímpica é alcançar a vaga para o Mundial Júnior de 2021, em Lima, no Peru. Para isso, Igor treina praticamente todos os dias no Clube Caça e Pesca Santo Humberto, em Tamandaré, para que o sonho se torne realidade em agosto, quando vai disputar a segunda seletiva. 

Porém, há um sonho muito maior que deseja alcançar em sua vida, assim como todos os atletas que praticam esportes individuais: representar as cores do seu país em uma Olimpíada. “É um sonho um pouco distante. mas eu quero ir cumprindo metas primeiro. O meu foco agora é ir para esse mundial e depois ir me aperfeiçoando em competições fortes, adquirir experiências para, um dia, representar meu país em uma Olimpíada”, destaca o jovem atleta. 

O que é Fossa Olímpica?

Fossa olímpica é uma prova olímpica de tiro esportivo, disputada por ambos os sexos nas Olimpíadas. O objetivo é disparar sobre um número específico de alvos, no caso pratos em forma de disco de 11 cm de diâmetro, e feitos com base em betume e calcário.

Em cada prova nas Olimpíadas são lançados 125 pratos para os homens e 75 para as mulheres, em séries de 25 unidades. O prato é classificado como bom quando se quebra um pedaço visível para o juiz, caso o prato não se quebre é considerado prato perdido ou "zero".

A pedana de fossa olímpica se divide em 5 posições, para cada posição se encontra 3 máquinas lançadoras de pratos a 15 metros de distância enterradas em uma fossa. As máquinas lançam os pratos variando em ângulo, de 45° para esquerda até 45° para direita, e em altura, de 1,5 a 3 metros. O prato possui uma velocidade inicial de cerca de 100 km/h, e é lançado imediatamente após um comando de voz do atirador, quando este está preparado com a arma empunhada no ombro.

O atirador, ocupando um dos 5 postos, não possui conhecimento qual máquina irá lançar o prato. O atirador pode dar dois disparos por prato, sendo indiferente se quebrar no primeiro ou no segundo disparo. O atirador tem o tempo que necessitar para disparar o tiro após o lançamento do prato, contudo o alvo se afasta cada vez mais dificultando o acerto. Geralmente o primeiro disparo se dá em 7 décimos de segundo e o segundo entre 9 à 10 décimos, necessitando de um alto nível de reflexo dos praticantes.

O recorde do mundo da modalidade corresponde ao máximo possível de pontos alcançados numa prova: 75 nas senhoras e 125 nos homens.

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